sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Christiane F.: Livro, filme, legado



Meu professor de redação atual, assim como eu, também gosta de filmes que tentam passar uma mensagem, se utilizando de meios menos óbvios que o “eu digo, você me segue” e por vezes servindo de contra-exemplo, ou a história sendo um mero pano de fundo.

Nós também concordamos em uma coisa: Um filme baseado no livro dificilmente é melhor que ele, e muitas vezes acaba sendo pior. E Christiane F. não é diferente. O Filme é basicamente um trailer do livro, em que você acaba ficando perdido e não entendo muitos personagens chegando, indo embora, e o fato mais chocante do filme sendo uma personagem importantíssima nele abordada de forma fraca e muitas vezes superficial.

Não se preocupem, eu sei que o filme tem que desenvolver em menos de 2 horas em torno de 300 páginas, ou no meu caso, quase 1 semana de leitura e eu não culpo o filme por isso. Eu o acho bom, muito muito bom, um retrato da juventude dos anos 70/80 (pelo menos lá de fora), tanto da comum, com conflitos entre pais separados, a adolescência, a exposição à contra-cultura da época, quanto da juventude mais hardcore, com drogas pesadas, assaltos, mortes, prostituição (Não é a toa que o subtítulo do filme é “13 anos, drogada, prostituída”).

Mas o filme peca, ah sim, como peca. Pra começar o filme se inicia citando uma frase do livro, que mesmo estando nas páginas iniciais, causa confusão se você nunca leu o filme. Inclusive da primeira vez que eu vi o filme, eu parei por que eu achei que era apenas mais um filme sensacionalista, onde o uso de heroína estava acima de qualquer história (spoilers, mais tarde)

Porém, o filme faz mais bonito que o livro por algumas vezes, a Sound é muito mais dark, triste e melancólica no filme do que a versão que imaginamos ao ler o livro. E a cena dos amigos junkies dela correndo pelo centro comercial ao som de Bowie é muito mais imponente que a descrição no livro (menos a cena das moedas).

O filme é uma versão mais light do livro, e sinceramente, já conversei com pessoas a respeito disso, e a mensagem anti-drogas do filme é muito fraca, muitas vezes levando você a pensar como seria, basicamente pelo fato que você fica perdido durante todo o filme e acaba não criando nenhuma relação com os personagens, pelo menos não tão fortes como no livro, que REALMENTE deve ter impedido muitos jovens de começar nesse mundo

Agora começa os spoilers, infelizmente, se você não leu o livro, viu o filme, ou é a primeira vez que ouve falar da Christiane, vá e compre o filme ou o livro, ou baixe-os, infelizmente sou meio contra colocar links para o e-book, ou para o filme, mas existem muitos por ai, procure no Orkut que se acha bem fácil.

Ah, uma curiosidade legal (que não é um spoiler), é que numa das primeiras cenas (antes dos primeiros 10 minutos), Christiane vai ao cinema da boate Sound, e lá ela vê Night of The Living Dead. E bem, ela primeiro vê uma das cenas finais, corta o telão, e quando volta, estamos em uma das primeiras cenas.

SPOILER

A Babsi foi muito mal aproveitada no filme, no livro a exploramos melhor, descobrimos o que ela pensa desse mundo, como ela se sente, o porquê de mesmo possuindo uma boa família ela resolver ir por esses caminhos, porra, até o fato da sua rivalidade com a Stella é melhor explicada no livro. Se bem me lembro, isso no filme só é citado no momento em que se conhecem na sound e depois nunca mais, inclusive só contracenando mais uma vez juntas na mesma cena.

Os namorados da Christiane são também melhor explicados, e até entendemos o porquê dela ter essa afeição pelo Detlef: ela passou por péssimos namorados. O primeiro dela tentou ir pra terceira base durante um filme, sendo que ela tinha menos de 12 na época, e usava enchimentos. Detlef é o primeiro homem da vida dela, que a enxerga como ela, e não algo. Sim o primeiro, nem seu pai a via como algo mais que uma filha, uma mera posse sua, que ele renegou ao deixá-las. Ah sim, Christiane F. foi deixada com sua irmã mais nova (pouca coisa mais nova, 1 ano, acho) e sua mãe.

E antes delas se virem livre deles, ele batia em todas, sim na mãe também, por coisas bestas, e batia nelas por reações “erradas” às palmadas. Ele também tinha vergonha delas, sendo chamado de tio quando algum amigo dele ia à casa dele. Seu único orgulho era seu Porsche e suas memórias de família.

Os pais dela se casaram jovens, basicamente porque ela ficou grávida e foi obrigada a casar, por completa desinformação (famílias rurais da década de 60). Aliás, a mãe depois diz que essa gravidez foi a maneira dela fugir daquela realidade, logo se entende o porquê de toda aquela liberdade tão precoce dada à Christiane, ela não queria que a filha passasse pelo mesmo que ela só para conquistar sua liberdade.

Christiane nas ruas nota que o respeito e adoração dos outros é relacionado aos seus amigos, seus laços afetivos, seus conhecidos, ao temor e ao poder que se obtém, mostrando sua deturpada noção de amor e amizade, e seu desejo de respeito, tudo fruto do seu pai.

Com isso, passa da turminha que invade o porão do prédio, pra turma que briga atrás da escola, pra turma que finge ser maior de idade, pra turma que fuma e bebe, pra turma que fuma maconha, pra turma que usa drogas moderadas, e pra turma que usa heroína, primeiro por via nasal, no final de um show do David Bowie, para o uso intravenoso, num banheiro sujo, ajudado por um qualquer.

Basicamente, o filme começa com ela indo à boate sound (depois de citações que só fazem sentido pra quem leu o livro), logo, priva os marinheiros de primeira viagem de criar uma consciência sobre o porquê disso. Ela é basicamente a apressadinha da turma, que usa salto alto e enchimento aos 13 (o livro se passa no final dos 70).

Talvez você pense “porra, o livro cortou mais de 10 anos de história dela, a partir de agora deve ir normal, né?” E a resposta é um grande NÃO. O filme nos priva dela saindo com Stella, com Babsi, entrando cada vez mais fundo naquele mundo sujo, que o namorado dela acaba sendo em parte o culpado, mesmo que faça o máximo para impedi-la de se aproximar desse seu outro lado ela vai, provando que a decisão foi dela.

O livro corta momentos como as várias tentativas de internação para se livrar da heroína, com o namorado em casa, sozinha, com a Babsi. Aliás, a Babsi é parte importante da história aqui. Ela é a garota com a qual a Christiane não apenas interage, como com quem ela mais se nota espelhada. Ela muitas vezes nota que ela vai pelo mesmo caminho que ela, e sabe que não há nada a se fazer, por que a Christiane na idade dela também achava que teria autocontrole, o que resulta num ótimo diálogo onde ela a impede de experimentar heroína, agindo como uma mãe, e a Babsi acha idiotice, agindo como a Chris agiria nessa situação, um belo retrato de como a família tem pouco poder sobre o adolescente.

E uma cena que até hoje me dá calafrios, é a cena na qual Detlef diz que ele se prostitui pra pagar pelas suas drogas. Christiane leva um tempo pra entender isso, e fica ainda pior quando ele diz que só “faz coisas leves”. Porra, na primeira vez que vi isso, eu parei o filme, e só voltei a vê-lo de novo, vários meses depois. Sim, não agüentei mais ver o filme depois disso. Li o livro vários meses depois, mas até hoje, essa cena, onde ele diz que “É apenas um trabalho”, e o fato da Christiane achar que isso é uma brincadeira, nos faz acreditar que ela não sabia no que estava se metendo. E realmente não sabia, essa realidade era ignorada, deixada de lado pelo povo alemão, e pelo mundo como um todo. Não acreditavam em recuperação, acreditavam em segregação, retirá-los da sociedade.

FIM DO SPOILER

Não se ouvia abertamente sobre drogas, não se falava abertamente sobre drogas, nem sexo, nem bebida, nem cigarros, nem boates, nem nada. O mundo da classe-média capitalista estava morrendo de medo: dos soviéticos, tão próximos e tão fortes, dos drogados, dos junkies, dos rockeiros, dos diferentes, que nada mais eram que pessoas tão iguais a eles que tiveram outras escolhas, ou por vontade própria, ou por não ter mais nenhuma escolha.

Esse livro mudou a sociedade. Mudou a maneira como viam os drogados. Eles não eram mais pessoas estáticas, excluídos sociais, pobres, imigrantes, sujos. Eles eram adolescentes, eram filhos e filhas, pais e mães, que não tinham como agüentar aquela realidade: Pais separados, crise do petróleo, desemprego, más condições habitacionais, famílias com um fraco planejamento familiar e com uma péssima maneira de educar os filhos.

No filme “a onda” (“Die Welle”), muitas dessas características são citadas como imprescindíveis para a criação de um regime facista, porque ele lhes dá algo, lhes dá um propósito, uma ideologia, amigos, status.

E basicamente isso tinha sido comprovado por esse livro, quase 10 anos depois do experimento do “Third Wave”, no momento em que Christiane afirma basicamente que ela preferiria ter vivido uma ideologia nazista, não por simpatizar com o partido, mas simplesmente por que ter uma ideologia, mesmo que errada, é melhor que não ter nada.

O filme e o livro podem ter alguns erros, e talvez alguém afirme que eles são líricos demais para se acreditar em alguma realidade, mas leia o livro, ou veja o filme, tenho certeza que vai mudar a sua vida, da mesma maneira que mudou a minha. Ah, e fuja da versão dublada, parece q foi feita pelo hermes & renato

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

The Tick (o jogo de SNES e Mega Drive)

E cá volto eu após um século sem atualizar este blog por causa de problemas de estudo, namorada, e amigos (hey eu também tenho uma vida!). Mas deixando as agruras da minha vida de lado, hoje vim falar sobre o jogo de Mega Drive The Tick, que também foi lançado pra Super Nintendo.

Pra quem não sabe, o jogo é baseado nos quadrinhos humorísticos homônimos, protagonizados por Tick, um herói super forte e invulnerável, porém desastrado e burro como uma porta e seu ajudante Arthur que veste uma roupa de traça (apesar de parecer mais com um coelhinho) e atua como o cérebro da dupla. A obra é uma sátira dos heróis da Marvel e da DC Comics, e se passa em um mundo, onde super-heróis são incopetentes, covardes ou completamente malucos, além de serem extremamente esteriotipados. Tais quadrinhos renderam uma série em animação que ajudou a popularizar a franquia, além de uma mini-série produzida pela fox com atores reais, e é claro um jogo lançado para Mega Drive e SNES. E é sobre ele que se trata esse post.

O jogo é basicamente um Beat'em up, você sabe, aqueles games que você tem que ir andando e batendo no que der e vier pela frente, destruindo tudo pelo caminho, arremessando cabines telefônicas e latas de lixo nos oponentes e comendo restos de pizza achados dentro do esgoto pra recuperar um pouco da sua vida. Double Dragon, Final Fight, Streets of Rage e Teenage Mutant Ninja Turtles só pra constar alguns exemplos.

No game controlamos o já mencionado Tick, um marombado que veste uma roupa de carrapato azul, com ele você deve sair pelas ruas espancando ninjas vermelhos, azuis, amarelos, pretos e um ou outro chefe pelo caminho. O jogo não aparenta ter um roteiro propriamente dito, a única coisa que temos é um título pra cada estágio do jogo, que geralmente representa algum momento que aconteceu nos quadrinhos, mas nada que realmente faça algum contexto em uma história.

Os gráficos são decentes. Nada espetaculares, mas não são ruins também. O Tick e os chefes parecem okay, mas alguns inimigos são meio mal animados. O fundo dos cenários é bem repetitivo, mas não chegam a ser ruins também. Quando se inicia uma fase, aparece um artwork bem produzido de algum dos personagens na tela, e isso certamente é uma boa coisa. O som por outro lado deixa um pouco a desejar. O tema principal e o estágio de abertura do jogo são excelentes, mas após isso as músicas sofrem uma queda drástica na qualidade, os efeitos sonoros também são feios principalmente os ruídos emitidos pelos inimigos enquanto apanham, fora isso devem haver no máximo uma meia dúzia de músicas durante o jogo inteiro que vão se repetindo exaustivamente conforme se avança no jogo.

Os controles são bem simples: existe um botão de pulo, dois de ataque e um para chamar seu parceiro, Arthur que mata todos os inimigos na tela em um instante. Essa última função é EXTREMAMENTE limitada e não existe nenhum tipo de power up que permita que você reabasteça seu estoque de ataques especiais do Arthur. Com exceção das fases sided-scrolling (falarei sobre elas daqui a pouco), pular é praticamente inútil nesse jogo já que o Tick parece dançar ballet enquanto performa o pulo [?!], e isso faz com que ele fique extremamente vulnerável a ataques. Atacar enquanto pula também não é uma boa idéia já que pra acertar uma mísera voadora no oponente, o inimigo precisa estar parado. O botão de soco pode ser usado para diversos combos, no entanto, você logo vai aprender que os chutes tem um maior alcance, e causam mais dano do que qualquer um dos ataques de soco. Como resultado, o único botão que você irá usar durante a maior parte do jogo é esse, mas ocasionalmente você também vai usar os socos de vez em quando só pra quebrar um pouco o tédio e para ver o Tick subjugando seus opontentes terminando um combo com um poderosíssimo peteleco.

Ok, pare de imaginar por um instante que a ninja acima está completamente nua da cintura pra baixo, e concentre-se no título da imagem. A primeira fase, se chama "Night of a million zillion ninjas", e PUTAQUIUPARIU o título da fase é praticamente uma premonição de tudo o que você vai ter que enfrentar durante as próximas 5 horas de jogo (sim esse jogo é longo pra cacete). Enquanto os Beat'em ups normais começam com uma horda de inimigos fracos que no decorrer do jogo vão desaparecendo e sendo substituídos por inimigos diferentes e mais fortes, The Tick simplesmente traz os mesmos ninjas da primeira fase, e vai adicionando pallet swaps dos mesmos nas fases seguintes. Cada um deles carrega uma arma diferente dependendo de sua cor, mas logo que você aplica um golpe neles, eles a derrubam no chão e passam a lutar com as mãos vazias. E mesmo depois de derrotar dezenas deles, eles continuam brotando do chão como se fossem erva daninha. Mais pro final do jogo você também vai encontrar palhaços e aliens e o ideaman para enfrentar, não que isso vá fazer muita diferença no gameplay já que até lá você já vai ter brochado de tanto ficar derrotando os mesmos milhões de zilhões de ninjas. Power ups são bem raros no jogo. O máximo que você vai encontrar vão ser três ou quatro reabastecedores de energia e duas vidas extras. Existem também alguns power ups em forma de um punho branco que servem para que você lute lada a lado com um dos heróis da franquia que pode ser American Maid, Oedipus, Paul o Samurai ou Die Fledermaus. Não que isso ajude muito já que eles duram pouquíssimo tempo e você fica reduzido a usar apenas socos e chutes durante esse tempo.

Como eu mencionei antes, existem também os estágios em side scroll. Durante os intervalos entre uma fase e outra, você é levado para tais estágios onde você precisa saltar pelos topos dos edifícios enquanto desvia de facas e machados lançados por inimigos que ficam fora do alcance da tela. Se você se atrapalhar em um salto e cair (o que é muito comum pelo já mencionado péssimo hábito do Tick de dançar ballet enquanto performa os pulos somado aos constantes projéteis que você é obrigado a desviar), você será obrigado a lutar contra um chefe aleatório. E as lutas contra os chefes são excepcionalmente frustantes. Os chefes ficam invencíveis por um curto período de tempo enquanto levam um golpe, ou seja, nada de combos contra eles, para derrotá-los você precisa bater neles uma vez, depois sair de perto, bater e sair de perto, bater e sair de perto e repetir esse tedioso procedimento até que o chefe morra de uma vez. E mesmo se você sobreviver a isso, você ainda deve voltar para o topo dos edifícios e tentar prosseguir na fase de novo sem cair do alto dos prédios.

Considerações Finais: A jogabilidade é ruim, as fases são longas, os inimigos são entediantes e sem variedade, e o som é repetitivo. Como se nào fosse o bastante, o jogo também não apresenta nada que permita que o progresso seja salvo, então prepare-se para jogar isso em algum feriado ou domingo já que é preciso de umas boas sete ou oito horas pra levar o game até o final (isso se não morrer antes disso), mesmo assim é uma façanha quase impossível porque provavelmente você ficará maluco na metade desse tempo jogando isso! E mesmo se você tiver bolas pra terminar The Tick, o final não será nada gratificante: uma foto do Tick e do Arthur numa motocicleta com as palavras The End ao fundo. História?! BAH, história é para os fracos!

SPOOOOOOOOON!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Who The Fuck Are Arctic Monkeys?




“A salvação do Rock” foi o título que eles receberam, uma banda que era basicamente um Franz Ferdinand menos pop e um Strokes dançante ao mesmo tempo, a prova que o underground sempre teria como nos surpreender, independente do quanto o conheçamos.

Sim, estou falando do Arctic Monkeys, por muitos considerado o sucessor do Strokes no posto de salvação do rock ‘n’ roll, ainda mais numa época onde o Strokes estava dissolvido e em projetos solos (não se preocupem, eles voltam em fevereiro com um novo álbum e talvez uma turnê que passe novamente por aqui).

Mas, o que os torna tão incríveis? Seriam as roupas, o estilo? Não, eles se vestem completamente normais, e tem um estilo bastante simples, diferente do estilo drogado do Pete Doherty ou do estilo megalomaníaco atual do Coldplay. Seriam as manchetes, a exposição à mídia? Também não, os caras tem uma vida mais comum, normal e não-vasculhada do que o Angus Young.

A resposta certa seriam as canções. Ouça “I bet that you look good on a dance floor”, ótimo, agora ouça “Brianstorm”, agora ouça “505”. Músicas tão diferentes que poderiam vir de bandas diferentes, mas vem da mesma banda, o que prova que eles sabem como se diluir por muitos estilos de música, sem perder a sua essência, o que lhes garante uma enorme quantidade de fãs, seja pelas músicas dançantes (I bet that you look good on a dance floor, Cigarette Smoke, Fluorescent Adolescent), pelas músicas rock ‘n’ roll (Scummy, Brianstorm), ou até mesmo pelas músicas calmas (Mardy Bum, The bakery, 505).

O primeiro álbum, “Whatever people say I am, that’s what I’m not” é ótimo, com Mardy Bum, Scummy, Dancing Shoes. Dançante, rockeiro, tranquilo, um sucesso instantâneo. O segundo, “Favourite Worst Nightmare” é mais incrível ainda, com “fluorescent adolescent” e “fake tales of san Francisco”. Mostra que a banda evoluiu nesse meio tempo, o que quebrou o estigma de que o segundo álbum sempre é horrível.

Mas então, veio o terceiro, e nossa, como eu odeio falar dele. “Humbug” é basicamente um “hey, estou aqui, amadureci”. Sem músicas dançantes, sem rock ‘n’ roll, e muitas músicas que mais parecem uma trilha sonora de viagem de elevador. Eles saíram da infância cheia de promessas e capacidades, para a aborrência, numa analogia a vida.

E não é horrível uma banda continuar a mesma sempre, veja o ac/dc por exemplo. Eles fazem praticamente a mesma música desde 70, mas eles são FODAS e ainda conseguem esgotar bilheterias em menos de um dia fácil fácil.

Mas quem sou eu pra reclamar dos caras. Eles são os Arctic Monkeys, se eles quiserem fazer um disco de rock progressivo eles poderiam. Só espero que o quarto disco volte a ser tão foda quanto o segundo, e tenha “fuck” no título como um de seus antigos EPs.

Ouça se gostar de: Dance Music, pop-rock, Strokes, Franz Ferdinand, Justice, Klaxons

Ouça: Mardy Bum, Cigarette Smoker Fiona, Chun-li Spinning Kick, 505, Scummy (When the Sun Goes Down), I bet that you look good on a dance floor. Basicamente baixe os dois primeiros discos.

P.S.: Já está em produção um post sobre o filme, só que infelizmente não será sobre algum filme de terror, já que perdi completamente outubro.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Versões bizarras de Street Fighter II

No início desse mês, a capcom finalmente anunciou o upgrade do último game da franquia Street Fighter: SUPER street fighter IV.

Yep. Claro, qualquer um que conheça a empresa, sabe que isso não é novidade nenhuma, visto que mercenária do jeito que é, ela tem o costume de arrancar dinheiro do bolso do fãs com upgrades de jogos que ela já havia lançado, e cobrando por ele um preço tão alto como se fosse um game novíssimo (apesar de eu achar que dessa vez, o dito "upgrade" vá trazer mais novidades do que os de costume).

Street Fighter II foi o game que empurrou a franquia pra frente e popularizou um gênero de games que não era assim tão explorado na época: os games de luta. Tal game, acabou fazendo bastante sucesso entre os jogadores, e logo recebeu ports para diversos consoles, como o Mega Drive e o SNES. Claro, que eles não foram os únicos a receber ports de Street Fighter II na década de 90, vários outros consoles receberam suas respectivas versões do clássico, porém a grande maioria deles não foi produzida pela capcom, mas sim por empresas contratadas pela mesma, logo, nem todos se saíram tão bem quanto os 16-bits da Sega e da Nintendo. E que maneira melhor de homenagear Street Fighter do que mostrando os ports mais bizarros do game que popularizou a marca.....bem, pensando bem, talvez essa não seja a melhor maneira, mas FODA-SE!


Street Fighter II (PC)


Começemos então com a versão de PC. Verdade seja dita, essa versão era a mais promissora de todas. Os computadores da época, apesar de obviamente não serem as máquinas mais poderosas do que Deus que são hoje em dia, tinham a capacidade de rodar os gráficos de um game com a mesma competência que uma placa de arcade na época (no caso a cps-1 da capcom). O mesmo pode se dizer do som, por exemplo.

E de fato, a versão de PC nos trouxe gráficos fodásticos tão bons quanto os dos fliperamas (até a esposa do Ken ficou com a mesma cara que ela tinha na versão de arcades, mais parecendo a filha abortada da Hebe com o Didi mocó). Então, todos imaginavam que esse seria o port perfeito de Street Fighter II.

Ledo engano.
Apesar de nos trazer gráficos quase perfeitos, a U.S. Gold (compania responsável por esse port de sf), para a grande decepção dos fãs pecou no quesito mais importante. Quesito este que as versões de SNES e Mega Drive executaram com maestria, mesmo não sendo tão potentes quanto os PCs da época: a jogabilidade.

Os personagens se movem tão lentos como se estivessem de baixo d'água. Ganhe de um oponente com uma voadora, e seu personagem PARA EM PLENO AR para fazer a pose de vitória. O Dhalsim sofre de SNK boss syndrdome, e os chefes sofrem de CHUCK NORRIS boss syndrome. O game só tem três músicas: uma para a sequencia de abertura, outra pro GAMEPLAY INTEIRO (sim, desde a primeira até a última luta contra o bison é a mesma) e uma música pro final de todo mundo. Ao invés de 6 botões como na versão arcade, fomos reduzidos a jogar com apenas 2, e como se não fosse o bastante, o oponente fica invencível enquanto leva um golpe, ou seja, NÃO EXISTEM COMBOS NESSE PORT DE STREET FIGHTER II.

Ufa..Creio que eu não precise dizer mais nada, Vamos ao próximo.


Street Fighter II: Rainbow Edition (Arcade)

Também conhecido por essas bandas como street fighter de rodoviária. Essa nada mais é do que uma versão hackeada e não oficial de SFII: champion edition lançada pra arcades, que se tornou popular por permitir coisas bizarras no gameplay, como o zangief soltando yoga flame do pé, a possibilidade de cobrir a tela inteira com hadoukens, e o caralho a quatro!

Os projéteis agora são meio que teleguiados e ao invés de seguirem em linha reta, eles perseguem o inimigo pela tela inteira, além de ser possível lançar vários deles ao mesmo tempo. Todos os personagens ficaram mais rápidos no chão, mas o mais horrível é que personagens que antes eram lentos por questões de gameplay como zangief se tornaram mais rápidos que os outros. E se você estiver insatisfeito com o personagem que você escolheu, basta apertar start que vc troca de personagem. Tudo isso torna o gameplay bem desequilibrado. Ganhar uma partida se resume a cobrir a tela com hadoukens, que eles mesmos vão atrás do inimigo da ponta da tela até a putaquiupariu. Mesmo assim o jogo fez um puta sucesso no brasil entre os mlks do gueto vID4 Lok4.

O game, obviamente, é uma merda boçal, mas mesmo assim trouxe coisas interessantes como o tatsumaki do ryu (ou tre tre truget para os leigos) que percorre a tela toda voando, e os especiais que podem ser usados em pleno ar. Idéias essas que, por coincidência ou não, viriam a ser usadas pela Capcom em jogos posteriores.


Street Fighter II' (Master System)


O console 8-bits da sega também ganhou seu port de Street Fighter II em 1997, produzido pela empresa tec toy, conhecida por ter adaptado games clássicos do Mega Drive para o Master System e lançá-los com exclusividade no Brasil.

Os gráficos do jogo são excelentes levando-se em conta as limitações do sistema, os personagens são grandes o suficiente na tela apesar das cores parecerem meio "desbotadas" e os cenários parecerem meio "vazios". As músicas são boas também, mas os efeitos sonoros se resumem a um único ruído para todos os golpes e as famosas frases do narrador (que dessa vez é diferente das outras versões do jogo, com uma voz ruim pra caralho), as vozes digitalizadas dos personagens foram totalmente tiradas nessa versão (ou seja, nada do ryu falando "aduuuugui" e "tré tré trugui" por aqui), mas o problema mesmo vem com a jogabilidade.

Você pode escolher entre 8 lutadores: Ryu, Ken, Chun Li, Guile, Blanka, Balrog, Sagat e M. Bison (Dhalsim, E. Honda, Zangief e Vega ficaram de fora). O frame rate é meio baixo e é necessário levar dois golpes pra que a barra de vida diminua . O controle do Master System se resume a 2 botões ao invés dos tradicionais 6: um de chute e outro de soco fortes (ouvi dizer que foi lançado no Brasil oficialmente pela sega um controle estilo arcade de 6 botões para o console exclusivamente para esse jogo) . Bloquear golpes nesse jogo é inútil já que o dano vai ser praticamente o mesmo, tendo sido ou não bloqueado, além disso, alguns personagens perderam golpes especiais, como o Ryu que perdeu o shoryuken e a Chun Li que perdeu o spinning bird kick, não que fizesse muita diferença já que é praticamente impossível usar os outros especiais nessa versão e o jeito é apelar de voadora e chute agachado se quiser ganhar ao invés de correr o risco de ser obliterado enquanto tenta soltar um hadouken.

O jogo só tem um final para todos os personagens: As caras feias do Bison, do Balrog e do Sagat junto com a frase "You are the king of street fighters".

Brochante eu diria.

Mesmo não sendo uma brastemp, a versão de master, apesar de todos os defeitos tem lá seus méritos.


Street Fighter II (game boy)

Em 1995, o Game Boy da Nintendo recebeu um port de Street Fighter II. Essa era uma versão que tinha praticamente tudo pra dar errado. Por ser um portátil, ele não possuía muita capacidade gráfica tampouco sonora, e as imagens eram todas em preto e branco, isso pra não falar que o game boy tem apenas 2 botões de ação. Portar um game lançado originalmente para arcades de 16-bits para um Game Boy daria merda na certa.

Mas esse port acabou surpreendendo a todos. Aqui temos 9 personagens para escolher (os mesmos da versão de Master System, mas com a adição de Zangief), e apesar do já mencionado problema de falta de cores no sistema, os gráficos ficaram ótimos, é impossível não diferenciar os personagens, todas as características de cada um estão lá. Apesar do frame rate baixo devido as limitações do aparelho, os cenários de fundo foram muito bem detalhados. esse game possui provavelmente os melhores gráficos de um jogo de luta para Game Boy. Os efeitos sonoros são parecidos com a versão de Master System: o mesmo ruído para todos os golpes e todas as vozes digitalizadas foram excluídas dessa versão, a diferença é que essa versão também não conta com narrador nenhum. Tudo isso é compensado pela música que foi transportada brilhantemente da versão de SNES, todos os personagens mantiveram seus temas musicais em seus respectivos estágios. Os controles mudaram bastante, mas não deixam de ser bons: Um botão para o soco e outro para o chute, mantendo pressionado um deles, o golpe sai mais forte do que o normal. Os golpes especiais estão todos aqui desde o pilão do Zangief até o shoryuken de fogo do Ken, e eles saem com uma precisão excelente.

O final aqui também não é lá essas coisas. Na verdade tudo se resume a uma tela preta escrita "congratulations!" para todos os personagens. Tão brochante quanto o final da versão de master system, mas levando em consideração o sistema e a época em que o game foi produzido, eu acho que tá de bom tamanho.

Mesmo com todas essas limitações, a versão de Game Boy ficou muito boa, e vale a pena dar uma olhada nela.


Street Fighter II (NES)


Se o 8-bits da sega ganhou um port do jogo, então o 8-bits da Nintendo também não podia ficar de fora. A empresa responsável por esse port foi a coreana Yuko Soft, que não mantinha vínculo algum com a Capcom na época, em outras palavras, essa é uma versão pirata e não oficial de Street Fighter II.....é, já vou avisando pra não esperarem grande coisa também, esse jogo é bem ruinzinho.

Você tem direito a 4 lutadores: Ryu, Chun Li, Guile e Zangief, o chefe final é M. Bison (chamdo de Viga nessa versão [WTF?]) e não pode ser selecionado, todos os outros personagens sumiram dessa versão.

Eu disse ruim? ESSE JOGO É UMA MERDA ISSO SIM!

Os gráficos são mais feios do que bater na própria mãe, e o som é tão agradável quanto um arroto do Homer Simpson. Mesmo se levarmos em consideração o potencial do NES. Alguns cenários e personagens até enganam, mas mesmo assim estão longe de serem bons. O final de todo mundo no jogo é o final do Ryu, só que com a imagem modificada (muito porcamente aliás) para se adequar ao personagem escolhido pelo jogador, e o texto todo escrito em "engrish". Não que isso faça muita diferença já que é muito pouco provável que você tenha saco pra levar esse jogo até o final...

Apesar de ser uma merda, esse jogo fez a felicidade de várias pessoas que não tinham dinheiro pra comprar um SNES no início da década de 90, e estavam secas para jogar o maior hit dos arcades da época (felizmente eu não me incluo nelas).


Street Fighter III (NES)

"WHAT THE FUCK?!!". Foi a primeira coisa que me veio a cabeça ao ver o título desse jogo pro NES. Na verdade, isso se trata de outro hack de NES. Ela não foi patenteada por ninguém, e quem a criou essa versão permanece desconhecido hoje. Versão essa que em nada se assemelha ao verdadeiro Street Fighter III, essa versão está mais para um upgrade do game anterior produzido pela Yuko.

Temos a nossa escolha, 9 personagens (ficaram de fora apenas Zangief, Honda e Balrog), o que já é um avanço e tanto comparando com o último port de NES. Os gráficos melhoraram consideravelmente, e agora estão muito mais definidos, os cenários, apesar de estáticos estão muito bons também, apesar de o estágio da chun li estar completamente diferente. Os personagens foram bem desenhados e possuem uma boa coloração também (com a exceção de Ken que agora virou uma simples pallet swap do ryu). O som é o já famigerado ruído branco para todos os golpes, e as músicas em nada se parecem com as originais da versão arcade, apesar disso, elas não são de todo mal. Os controles são parecidos com a versão de game boy: dois botões, um de soco e outro de chute, e se você manter o botão pressionado, o golpe sairá mais forte. Rápido, simples e prático.

Apesar de não ser tão bom quanto a versão de Master System, esse jogo consegue ser bem competente em certos aspectos, mesmo sendo um Hack, e faz bom uso do hardware do NES. Reza a lenda que essa versão veio antes da Champion Edition pro SNES, então até lá a única maneira de selecionar os chefes nas versões caseiras era nessa versão :D

Vamos para o último, por que eu já to ficando de saco cheio.


SFIBM (PC)

Um hack coreano de Street Fighter II, parecido com o Street Fighter de Rodoviária, e..

errrrr.....

Nada tenho a dizer sobre ela, exceto esse vídeo.

Bizarro, é realmente a palavra perfeita pra isso.



You must defeat Shen Long to stand a chance!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Glamorous Indie Rock 'n' Roll"

Bem, por onde começar, a primeira coisa indie que eu ouvi foi com certeza o The Killers, isso quando era 2004, e via os clipes do Multishow. Surgiu uma música ótima, bem humorada, que tinha guitarras e teclados, e bem, o clipe tinha vultos de mulheres nuas, logo, isso agrada qualquer um, he he (ainda mais quando se tem 10 anos).

Não prestei atenção no nome da banda, ou no da música, mas ela era boa, muito boa, ao ponto de alguém sem saber inglês cantar ela (mesmo sem entender).

Então, bem, eu descobri novamente a banda, e também que ela era indie e me perguntei se não havia mais de onde partiu isso. Baixei "Mr. Brightside", "When you were young", "Shadowplay" um cover que eles fizeram do Joy Division, e nem conhecia Joy division, aliás, não conhecia nada, nem guns, zeppelin, ramones, beatles, stones, oasis, strokes, nada, era o começo de 2006 por ae.

Nunca fui de baixar discos e conhecer bandas novas, apenas via MTV e Multishow, e as bandas que eu gostava eu baixava aquela música específica, até que, meu pc pifou. Ganhei um antigo que ainda funcionava, e com 15 Gbs livres decidi baixar álbums, me lembro como se fosse hoje: baixei Wolfmother, Strokes, Datarock, Franz Ferdinand, Oasis, qualquer coisa que aparecesse e me saltasse aos olhos eu baixava. E era incrível, simplesmente incrível, era mais ou menos o final de 2007.

Então pensei "bem, eu gosto da música, que tal o resto?". Vi filmes, programas de tv, comportamentos, livros, tudo que pudesse ser relacionado aquela cultura. Era ótimo aquele turbilhão de coisas novas acontecendo e tudo aquilo incrível aparecendo. Eu antes ouvia de tudo, desde simple plan até Robert Johnson. E bem, eu abandonei esse lado Simple Plan, Hateen, etc.

Começei a ter aulas de violão, comprei uma guitarra porque o violão não tocava nirvana como devia e eu precisava ter aquele som. Foi basicamente a minha escolha sobre o “modelo ideológico-musical adolescente” a se seguir, e o irônico é que comecei a ouvir rock no programa que mais passava pop, e que comecei a ver por causa de clipes da Kelly Key e da Ivete Sangalo (não riam, todos temos um passado triste).

Bem, isso tudo sobre como começei, e, o resto é história. Eu sou o Gustavo e vou escrever sobre comportamento, música e filmes nesse blog, espero que tenham gostado desse pequeno post e que apreciem meus próximos. Até lá

I’M A GOLDEN GOD


P.S.: Ainda Ouço The Killers, e até hoje tento descobrir o que estava escrito na bateria do clipe do "Mr Brightside"

Ouça se gostar de: Música eletrônica, pop-rock leve, New Order, Joy Division
Ouça: Somebody told me; Don't Shoot me Santa; Mr. Brightside; Jenny was a friend of mine; Andy you’re a Star

P.S.2: Quem falar de onde é a minha frase do golden god primeiro ganha a chance de me sugerir um assunto para o outro post!

P.S.3.: Um novo texto toda sexta

P.S.4.: Adaptado, melhorado, corrigido e expandido, do meu antigo blog desativado http://rockgoestoschool.blogspot.com

sábado, 17 de outubro de 2009

A decadência e prostituição de Wolverine

"He's the best there is at what he does, and what he does is make gratuitous guest appearances." - Transformer Wiki sobre Wolverine

A menos que você more em uma caverna ou tenha saído recentemente de um coma que tenha durado o últimos 20 anos é realmente impossível que você não saiba quem é o Wolverine. O baixinho peludo dispensa qualquer explicação, mesmo assim farei uma breve descrição sobre ele.

Wolverine é um personagem criado pela Marvel Comics (mais especificamente por um trabalho em conjunto entre Len Wein e John Romita) para servir como o coadjuvante de uma edição da revista O Incrível Hulk. Primeiramente ele seria apenas um peludão que seria posto no meio de uma luta entre o Wendigo e o Hulk apenas para incrementar o combate. Ele vestia uma roupa extremamente brega e suas garras eram parte das luvas.

....

Pois é, ele era uma merda...

Mas o personagem acabou tendo uma boa recepção dos fãs, a Marvel fez o favor de retconar a
história das garras dele, dessa vez as explicando como implantes retráteis e Wein acabou o inserindo na nova equipe dos X-Men em 1975, onde o nosso querido canadense e os outros novatos da equipe foram recrutados pelo professor x para resgatar os x-men originais que haviam sido capturados por Kraken, a ilha viva. Nessa época, ele não tinha um destaque muito maior que os outros x-men na revista, mas mesmo assim roubava algumas cenas tentando flertar com Jean Grey e deixando Scott com ciúmes, exalando um ar de Bad boy que só ele consegue, e conquistando milhares de fãs, no processo, o que fez com que ele permanecesse no
time, ganhasse uma revista solo, e contracenasse com praticamente todo o resto do universo Marvel em algum momento...

No decorrer dos anos, ele sofreu várias mudanças, passando por poser de alcóolatra até a mendigo peludão e fedido e chegou até a se tornar caveleiro do apocalipse, e entre outras mudanças que eu não acompanhei de fato. Mas é inegável que muitas de suas histórias foram escritas por excelentes roteiristas e outros er..não tão bons assim...mesmo assim a Marvel parece ter posto nosso amigo James, em um pedestal estremamente alto, onde nenhum outro herói da marvel jamais ousou estar...

....

bom, talvez o Homem-Aranha...quem sabe?

Voltando ao assunto, quando falamos de uma equipe de heróis, os fãs tendem a gostar mais de um personagem do que dos demais, ou mais até mesmo do que o resto do grupo como um todo. E Quando pensamos em X-Men, é impossível que não nos venha a cabeça a imagem de Wolverine. Ele já é um dos maiores ícones da Marvel na atualidade. Porém, nos quadrinhos, as equipes de heróis estão sempre sofrendo mudanças.

O problema é que, vários leitores não vão se sentir felizes lendo um título de sua equipe
preferida, sem que não haja o seu herói mais querido nela. E quem é mais querido do que o Wolverine dentre os X-Men? A Marvel, então temendo perder seus leitores, decidiu mantê-lo em três equipes diferentes dos x-men ao mesmo tempo, só pra assegurar que o baixinho nunca fique de fora de nenhuma equipe mutante.

Com isso, a marvel parecia dar mais destaque ao canadense do que aos outros membros dos pupilos de Xavier. Wolverine estava sempre roubando a cena e participando das lutas principais. Os filmes também não ajudam muito a melhorar essa situação. No terceiro filme por exemplo, houve uma adaptação (bem ruim por sinal) da saga da Fênix Negra, um clássico dos X-Men, diga-se de passagem. O problema é que nos quadrinhos, essa saga não tem muito a ver com o wolverine, ele aparecia moderadamente, assim como os outros X-Men, mas isso não o impedia de ter os seus momentos (como quando ele arremessou o colossus pra cima da fênix numa inversão do Arremesso Especial). Porém, no terceiro filme dos mutantes, essa saga se voltou toda para ele! Ciclope, o herói original da saga, foi morto logo no início do filme pela Fênix, esta por sua vez passa o filme inteiro parada ao lado de Magneto, para que nosso grande herói Wolvie, possa ir ao seu encalce, derrotando sozinho toda a irmandade de mutantes no processo. Até a Tempestade, que toma o lugar do Professor Xavier depois de sua "morte" acaba deixando o Wolvie dar as ordens na luta final...

E a empresa começou a tomar gosto disso, ela devolveu ao Wolverine sua revista solo e passou
a inseri-lo nos novos Vingadors também! Afinal, por onde ele passasse, uma legião de fanboys doentes corria atrás dele para ter seu dinheiro arrancado pela Marvel. Como se não bastasse, ele ainda faz pontas regulares nas revistas de outros heróis. Neste momento ele já é praticamente onipresente, estando em 3 equipes dos X-men, enquanto tem histórias próprias em uma revista separada, além de fazer parte dos vingadores.

O merchandising não para por aí, Wolverine já apareceu em capas de revistas na qual ele nem aparece, já fez pontas nos quadrinhos dos transformers (de fato tem até um BONECO TRANSFORMER dele!), e foi o único personagem da marvel à ser jogável em TODOS os games de crossovers entre a marvel e a capcom (sendo que no Marvel vs Capcom 2, EXISTEM 2 WOLVERINES COM DIFERENÇAS MÍNIMAS ENTRE ELES!)...
Perceba no canto superior esquerdo a mensagem escrita em ingles "wolverine não aparece nesta edição"

Para garantir que nosso herói não morresse (já que ele atuava em mais de 5 lugares ao mesmo tempo), foi dado à ele um boost em seu poder de regeneração. Antes, o velho logan precisava de
um capítulo inteiro para regenerar um rim furado por exemplo. Em certo ponto após magneto retirar o adamantium do Wolverine, a Marvel havia constatado que o fator de cura ficava mais lento por causa do metal que estava dentro do corpo dele, já que parte do poder era direcionado exclusivamente para impedir que o mutante morresse por envenenamento causado pelo adamantium. Isso foi uma sacada muito boa que permitia que o herói pudesse se machucar mais, porém fazendo com que o poder regenerativo dele funcionasse a 100% para cuidar de suas feridas. Mesmo assim ele ainda precisava de uma revista inteira para regenerar um braço quebrado.

Recentemente porém (lembrando que agora o adamantium dele já voltou para o seu corpo), a Marvel pareceu não deu tanta importância assim para explicar o aumento no poder mutante de James. Hoje ele consegue perfeitamente ser mergulhado em metal derretido ou ser pego no epicentro de uma explosão a ponto de sobrarem apenas os seus ossos, e alguns minutos depois já aparece inteirinho e pronto pra outra.

Isso pra não falar do Wolverine Ultimate que foi PARTIDO AO MEIO PELO HULK e saiu se arrastando pra recuperar as pernas! Como as pernas sobreviveram sem coração e artérias intactas para bombear sangue nelas? Num sei...mas parece que isso também não é grande coisa levando em consideração que o mesmo Wolverine teve A CABEÇA ARRANCADA pelo Tony Stark e continuou vivo e consciente.

Lendo esse texto, a impressão que passa é que eu tenho uma profunda aversão pelo Wolverine. Na realidade ele é um dos meus heróis preferidos dos quadrinhos que leio, e é justamente por me importar tanto com ele que eu não engulo o tratamento que a Marvel tem dado a ele, obrigando-o a se prostituir para arrancar mais dinheiro dos fãs de longa era do herói.

Enfim, meu nome é Alexandre e bem vindo ao meu recém criado blog! Tentarei atualizá-lo semanalmente na medida do possível. Na próxima semana, vou trazer outro artigo totalmente diferente desse. Cya dudes!

SNIKTBUD!