“A salvação do Rock” foi o título que eles receberam, uma banda que era basicamente um Franz Ferdinand menos pop e um Strokes dançante ao mesmo tempo, a prova que o underground sempre teria como nos surpreender, independente do quanto o conheçamos.
Sim, estou falando do Arctic Monkeys, por muitos considerado o sucessor do Strokes no posto de salvação do rock ‘n’ roll, ainda mais numa época onde o Strokes estava dissolvido e em projetos solos (não se preocupem, eles voltam em fevereiro com um novo álbum e talvez uma turnê que passe novamente por aqui).
Mas, o que os torna tão incríveis? Seriam as roupas, o estilo? Não, eles se vestem completamente normais, e tem um estilo bastante simples, diferente do estilo drogado do Pete Doherty ou do estilo megalomaníaco atual do Coldplay. Seriam as manchetes, a exposição à mídia? Também não, os caras tem uma vida mais comum, normal e não-vasculhada do que o Angus Young.
A resposta certa seriam as canções. Ouça “I bet that you look good on a dance floor”, ótimo, agora ouça “Brianstorm”, agora ouça “505”. Músicas tão diferentes que poderiam vir de bandas diferentes, mas vem da mesma banda, o que prova que eles sabem como se diluir por muitos estilos de música, sem perder a sua essência, o que lhes garante uma enorme quantidade de fãs, seja pelas músicas dançantes (I bet that you look good on a dance floor, Cigarette Smoke, Fluorescent Adolescent), pelas músicas rock ‘n’ roll (Scummy, Brianstorm), ou até mesmo pelas músicas calmas (Mardy Bum, The bakery, 505).
O primeiro álbum, “Whatever people say I am, that’s what I’m not” é ótimo, com Mardy Bum, Scummy, Dancing Shoes. Dançante, rockeiro, tranquilo, um sucesso instantâneo. O segundo, “Favourite Worst Nightmare” é mais incrível ainda, com “fluorescent adolescent” e “fake tales of san Francisco”. Mostra que a banda evoluiu nesse meio tempo, o que quebrou o estigma de que o segundo álbum sempre é horrível.
Mas então, veio o terceiro, e nossa, como eu odeio falar dele. “Humbug” é basicamente um “hey, estou aqui, amadureci”. Sem músicas dançantes, sem rock ‘n’ roll, e muitas músicas que mais parecem uma trilha sonora de viagem de elevador. Eles saíram da infância cheia de promessas e capacidades, para a aborrência, numa analogia a vida.
E não é horrível uma banda continuar a mesma sempre, veja o ac/dc por exemplo. Eles fazem praticamente a mesma música desde 70, mas eles são FODAS e ainda conseguem esgotar bilheterias em menos de um dia fácil fácil.
Mas quem sou eu pra reclamar dos caras. Eles são os Arctic Monkeys, se eles quiserem fazer um disco de rock progressivo eles poderiam. Só espero que o quarto disco volte a ser tão foda quanto o segundo, e tenha “fuck” no título como um de seus antigos EPs.
Ouça se gostar de: Dance Music, pop-rock, Strokes, Franz Ferdinand, Justice, Klaxons
Ouça: Mardy Bum, Cigarette Smoker Fiona, Chun-li Spinning Kick, 505, Scummy (When the Sun Goes Down), I bet that you look good on a dance floor. Basicamente baixe os dois primeiros discos.