sábado, 27 de fevereiro de 2010

Uma retrospectiva da série Zelda (parte 3)

E cá estou eu novamente em mais um post atrasado, em minha epopéia para escrever um pouco sobre todos os games da série do poser de peter pan mais querido da Nintendo. Então, como eu não sei mais porra nenhuma pra falar agora, deixemos os parágrafos introdutórios de lado e vamos direto pro próximo jogo da saga.

Em 2001, a Nintendo revelou o seu console de 128 bits para competir com a Sega e a Sony: o Nintendo Game Cube. E um dia depois, um trailer foi divulgado na Space World 2000 para demonstrar a capacidade do novo Video-Game da Nintendo. No trailer, um Link ultra realista (para os padrões da época, é claro) enfrentava um Ganondorf igualmente realista no duelo de espadas mais foda já visto até então. E todos ficaram abismados com a qualidade da coisa, e bradavam coisas como "OMG TEH REALISTIC" ou "THIZ GONA BEE FUCKEH EPIC!"

Os fãs tiveram orgasmos múltiplos com o tal trailer e todos já estavam convencidos que o próximo Zelda seguiria o padrão do vídeo da Space World 2000. E durante um ano, eles ficaram na doce esperança de ver um Zelda nesse estilo....até que suas bocas foram subitamente caladas...

"They changed now it sucks!"

The Legend of Zelda: The Wind Waker foi lançado em dezembro de 2002 e foi diferente de todos os outros até então.

Wind Waker usava gráficos em Cel-Shading, um estilo que tentava mimetizar os efeitos visuais de um desenho animado e que em nada se parecia com os gráficos mostrados no vídeo do evento anterior, Link sofreu outro redesign e dessa vez ficou bem mais parecido com uma criança de um daqueles animes infantis (popolocrois, alguém?) e logo os fanboys que se masturbavam com o Ocarina of Time ficaram perplexos, e não perderam a oportunidade de criticar o visual do jogo por acharem "infantil" demais dizendo coisas do tipo "OMG TEH TOO KIDDY" e "THIZ GAME GONA SUCK NOW". Claro, isso faz muito sentido, considerando que os mesmos nerds que estvam criticando, jogavam também games como Kirby e Pokémon...
"O game praticamente grita a palavra ÉPICO do início ao fim."

A verdade absoluta é que gráficos ultra-realistas combinavam tanto com a premissa de Wind Waker quanto os livros de Monteiro Lobato combinam com Dragon Ball. E por mais que o Link pareça uma Menina Superpoderosa, o visual do game é perfeito. Link agora está mais expressivo do que nunca, deixe ele com pouca vida e ele ficará cansado e ofegante, se tiver alguma coisa que chame a atenção dele, ele irá mover sua cabeça para fitar o tal objeto com uma cara de "wow! wtf is that?". As animações são excelentes e os modelos dos personagens são muito bem animados Praticamente tudo que [supostamente] é feito de tecido no jogo se move com o vento, isso inclui o chapéu de Link, a vela do barco e principalmente as roupas de Ganondorf que trocou sua armadura por um kimono com mangas enormes e cheio de dobras que se movem dramaticamente ao menor sinal de brisa, além disso o interior das dungeons costuma possuir uma neblina densa, e alguns efeitos como explosões foram cuidadosamente desenhados com sprites 2D o que contribui para o clima cartoon do game.
"So fucking cute!"

A jogabilidade também não ficou devendo em nada para os outros jogos, e é praticamente uma versão mais sofisticada da dos Zeldas de 64, e dispensa explicações aprofundadas. A câmera porém melhorou muito, agora era possível movimentá-la para todas as direções possíveis e ela permanecerá na posição em que foi deixada até que o jogador mude o ângulo de novo. Link também ganhou um novo ataque que consiste em uma esquiva no exato momento do ataque de um oponente e atacá-lo logo em seguida enquanto a sua guarda está aberta (acredite, você vai se ver tentando executar essa manobra inúmeras vezes no jogo só pra ver o brilhozinho verde maneirinhow na espada).
A introdução do jogo é uma óbvia menção aos eventos finais de Ocarina of Time, basicamente Ganon se libertou e espalhou o maaaaaaaaal por Hyrule, como o herói do tempo não voltou para dar cabo do flagelo, as deusas criadoras resolveram afundar Hyrule com uma enchente para se livrarem do monstro, o que fez com que várias vidas inocentes fossem consumidas pelas águas.....
...

Wow, que coisa mais...forte para um game da Nintendo. Ah, sim, e Ganon permanecia vivo (DUH!), provando ser um legítimo brasileiro já que não desiste nunca de roubar a Triforce para conseguir finalmente governar Hyrule outra vez (er...ou o que restou dela).
"A Nintendo querendo novamente provar sua flihadaputice, resolveu botar o Tingle no jogo."

Link, um morador de uma pacata ilha do sul está comemorando seu aniversário com sua familha e ganha de presente de sua irmã uma luneta e de sua vovozinha uma túnica verde idêntica a do herói da lenda. Seu aniversário, porém é interrompido por uma ave gigante que está sobrevoando a ilha fugindo de uma gangue de piratas e leva em seu bico uma garota. O pássaro é atingido por um canhão do navio e cai em uma mata. Link vai até lá resgatar a garota, mas a ave se recupera e já que é aparente míope, leva por engano a irmã de Link. Ele agora precisa ir em busca de sua irmã e para isso conta com a ajuda da pirata Tetra, e do barco King of the Red Lions, e então a história têm início.
"A imagem do trabalhador sendo obrigado a desempenhar papéis ridículos para garantir o pão de cada dia - outro fator que torna este jogo único"

Convenhamos, dessa vez o Link realmente tem um motivo pra seguir sua jornada, diferente do ocarina of time e do a link to the past, onde ele é acordado por alguém que nunca viu na vida e é convencido a arriscar sua vida pra salvar Hyrule, e do primeiro zelda onde ele só faz isso for the hell of it!...

Outro aspecto interessante de Wind Waker são os personagens, que apesar de serem simples, mostam bastante realismo em seus sentimentos. A avó de Link, por exemplo, no meio do jogo começa a sofrer de depressão, já que sua neta foi raptada e seu neto deixou a ilha para ir resgatá-la, deixando a velhinha sozinha e preocupada. Ganondorf também amadureceu batsante desde o último game, e dessa vez planeja cada passo antes tomar uma atitude, ao invés de agir mais por impulso, como nos games anteriores. Ele até tem um monólogo sobre como ter crescido num deserto fez dele uma pessoa cruel, já que o povo dele era obrigado a roubar e viver uma vida miserável, enquanto o povo de Hyrule tinha tudo do bom e do melhor, ele poderia até ir pro programa da Márcia Goldschmidt para falar o quanto ele não tem culpa por suas ações e tudo o que queria era levar uma vida normal como todos os Hyruleanos...
"ORLY?"

E se isso não é suficiente pra provar que o jogo é bem melhor do que parece, fique você sabendo que no final temos o duelo de espadas mais BADASS da história da Nintendo, entre Link e Ganondorf que dessa vez usa 2 katanas, no cenário mais foda EVER e ao som da música mais foda EVER! E logo após o duelo, Link crava a Master Sword na testa de Ganondorf, que vai lentamente se tornando pedra enquanto o pouco que restou de Hyrule vai sendo tragado para o fundo da água, fazendo com que Ganon afunde de vez para sempre como o novo pedestal da master sword....por um momento o jogo deixou de parecer tão infantil, huh? Por isso ele é tão foda, e se mesmo com isso tudo você ainda quizer torcer o nariz pro Wind Waker, eu sugiro que o senhor abaixe as calças para ser estuprado analmente pelo Ocarina of Time...e acho que já falei demais de Wind Waker. Vamos pro próximo...

Aliás, não leia o parágrafo acima se não gostar de spoilers. Pois bem você foi avisado...

Ainda no mesmo ano, a Nintendo produziu um remake de A Link to the Past para o Game Boy Advance, chamado The Legend of Zelda: A Link to the Past/Four Swords que apresentou algumas mudanças nos diálogos, corrigindo alguns erros grotescos da versão de SNES, adicionou uns efeitos sononos legaizinhos como a voz do Link criança do Ocarina of Time, entre outras coisas das quais se destaca uma dungeon extra e um modo multiplayer, o primeiro da série, chamado Four Swords....que eu nunca joguei, já que não possuo essa versão de GBA, então sigamos para o próximo game da lista.

"KILIK DESLIKES SMOKE!"

Ah, sim, antes que eu me esqueça. Em 2003, Link se tornou um personagem jogável na versão de Game Cube de Soul Calibur 2! FUCK YEAH!

Pois bem, voltando ao assunto, dois anos depois, a Capcom recebe permissão para produzir outro Zelda. The Legend of Zelda: Minish Cap que fora lançado para o Game Boy Advance.

No meio de um festival, o feiticeiro Vaati transforma Zelda em pedra no início do jogo, e Link com a ajuda do chapéu Ezlo e do povo Minish precisa conseguir a Piccori Sword, derrotar a ameaça e salvar Zelda. Enfim, nenhuma história excepcional, mas ninguém aqui jogava Pacman e Super Mario Bros. por causa da história, não é mesmo?

O jogo apresenta Ezlo, o chapéu que dá o título do jogo, que dá dicas que podem variar desde apontar um ponto fraco do oponente à dizer que uma porta trancada está....er...trancada. E claro, ele também é usado para fazer com que Link diminua de tamanho e acesse áreas pequenas, o que faz com que alguns inimigos normais do overworld virem criaturas gigantescas enquanto Link está pequeno.
Outro sistema introduzido no game é o sistema de Kinstones, onde se pode coletar pedaços de medalhões e fundí-los com NPCs. Isso libera alguns bônus que podem ser bem interessantes algumas vezes.

A jogabilidade é bastante parecida com os Oracles de Game Boy Color, use um item no botão A e outro no botão B, R é o botão de ação usado pra falar, rolar no chão e pegar algum objeto, e L faz com que Link funda as Kinstones com os NPCs.
No mais é um excelente Zelda que apesar de não ser tão inovador se mostra igualmente divertido quanto os outros.

O Game Cube também recebeu outro jogo da franquia em 2004: The Legend of Zelda: Four Swords Adventures que era uma continuação do modo multiplayer do remake de ALttP para o Game Boy Advance.

O enredo é a mesma porra que já estamos cansados de ver: um ser das trevas captura a princesa e você tem que completar as dungeons do jogo para poder sentar a mão no chefão final e resgatar a Zelda, o ser das trevas então é revelado ser apenas parte de um plano arquitetado por ninguém menos que (adivinhem) GANON! E então ele tem sua bunda chutada, a Zelda é salva e o bem vence o mal forévis. As palavras "coragem", "poder" e "sabedoria" surgem ocasionalmente nos diálogos pra preencher algumas linhas e pah.
O jogo possui gráficos excelentes que lembram bastante os de A Link to the Past e os de Four Swords de GBA , ou seja são totalmentes 2D, mas retexuriados e redimensionados para que ficassem melhor numa tela de televisão. Algumas vezes os sprites podem parecer mais pixelados em alguns lugares, mas os efeitos de explosões, fumaças e afins que foram totalmente pegos de Wind Waker cobrem essas pequenas falhas.

O gameplay é parecido com o de A Link to the Past, só que com algumas mudanças. Ao invés de você conseguir o item dentro da dungeon, você coletará apenas pedaços deste item espalhados pelo level. E nada no jogo irá continuar com você após o término de um level, nem items, nem corações, e nem porra nenhuma! Além disso, você só pode carregar um item por vez. Mas é justamente essas mudanças na jogabilidade que fazem com que os puzzles fiquem mais desafiantes e as dungeons mais divertidas. Além disso tudo, o jogador possui o controle de quatro Links no jogo, e esses podem ser agrupados em diferentes formações para executar uma ação distinta. É possível, por exemplo agrupá-los lado-a-lado para empurrar uma pedra enorme para abrir passagem para outro local, ou agrupá-los na chamada "formação diamante" onde todos podem executar em conjunto um único e extremamente poderoso ataque giratório.
"Tudo isso por um mísero jogo! Essa sim é a Nintendo que conheçemos!!!"

E como já devem ter presumido, este jogo tem um modo multiplayer, onde quatro pessoas podem jogar simultaneamente, e jogar competitivamente ou cooperativamente. Infelizmente nunca tive a oportunidade de jogar o modo multiplayer. Por que? Ora, simplesmente porque a gananciosa da Nintendo mostrou seu lado mais filho da puta ao desenvolver este game: para que tenhamos acesso ao multiplayer, é necessário que todos os jogadores tenham seus respectivos Game Boy Advances e um cabo conector GC-GBA. Ou seja para desfrutarmos 100% do multiplayer são necessários 4 GBAs, 4 conectores GC-GBA e um GC.
E só o fato de você ter que gastar uma fortuna para poder jogar com alguns amigos já conta pontos negativos pra esse game, visto que o modo single player tem muito pouco a oferecer comparado com outros zeldas, então dê preferência aos jogos da série Mario Party se você não tiver dinheiro para toda a parafernália que o 4 swords adventures exige, já que esses pelo menos não estupram [tanto] o bolso do consumidor.
Okay, já falei demais de zelda por hoje, e eu não terminei minha jornada para descrever a franquia abrangendo todos os seus jogos....AINDA. Semana que vem eu volto com a quarta parte....ou depois da semana que vem.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Uma retrospectiva da série Zelda (parte 2)

Putz, malzão pela demora. A situação ficou TENSA pro meu lado, meu notebook anda superaquecendo direto, as teclas "A", "S" e "D" do teclado pararam de funcionar, e eu estou tendo que escrever usando a porra do teclado virtual, e como se não fosse o bastante, a preguiça e vagabundagem do clima de carnaval tomaram conta do meu ser nessa última semana...mas deixemos as agruras de lado, vamos a este artigo imeeeeeenso contando a segunda parte da retrospectiva dessa série que marcou a infância de todos que a jogaram...
Em 1995, a Nintendo criou um Add-on para o Super Famicom (o SNES japonês) que era acoplado na parte inferior do console, chamado Satellaview, que por algum motivo ficou conhecido no ocidente como BS-x apesar de o aparelho nunca ter visto a luz do dia fora do japão. O dito parasita funcionava basicamente como um modem via satélite que permitia ao Super Famicom fazer o download de jogos que eram produzidos para funcionarem exclusivamente com o uso do Satellaview. O sistema funcionava entre 16:00 e 19:00 horas, permitindo downloads que eram armezenados em um cartucho de 1MB...Em outras palavras, foi uma desculpa da Nintendo pra estuprar o bolso dos consumidores japoneses. E como não podia deixar de ser, a Nintendo fez questão de produzir Zeldas para o novo aparelho.

BS Zelda no Densetsu foi o prímeiro jogo produzido para o obscuro sistema do Satellaview e era um remake do primeiro The Legend of Zelda de NES, mas que fazia uso da capacidade gráfica e sonora do Super Famicom, entre outras coisitchas mais que só o Satellaview permitia fazer, tal como o uso de vozes ao vivo e um sistema de data e hora em tempo real que permitia que certos eventos do jogo estivessem disponíveis em apenas determinados dias e horários. Apesar de ser um remake, os filhos da puta da Nintendo acharam que seria melhor substituir o Link pelos mascotes do Satellaview: um pivete com boné de baseball e uma garotinha ruiva com rabo de cavalo. Felizmente os fãs conseguiram contornar esse problema com alguns patchs para as Roms que podem ser baixadas nesse site.

Em 1997, foi lançado BS Zelda no Densetsu: Inishie no Sekiban, também conhecido como The Legend of Zelda: Ancient Stone Tablets, e erroneamente chamado pela maioria de BS Zelda Kodai no Sekiban. Esse era uma sequência do A Link to the Past e acontece paralelamente ao Link's Awakening.
"Ctrl C + Ctrl V do A Link to the Past. Não deixa de ser um bom jogo BTW"

O jogo utilizava quase os mesmos gráficos de A Link to the Past, com algumas coisas novas adicionadas, mas nada que fosse realmente relevante para a parte gráfica. Assim como o primeiro BS Zelda, Inichie no Sekiban também contava com recursos de voz e relógio em tempo real, só que dessa vez em uma escala bem maior que no anterior, todas as cutscenes eram completamente dubladas (com uma dublagem decente e não como aquelas porcarias do CD-i), e o game era dividido em quatro episódios semanais.

Tudo isso porém não o impediu de cair no esquecimento tão logo o suporte ao Satellaview fora cancelado e o game nunca foi reconhecido na cronologia de Zelda, talvez o fato de um garotinho com a porra de um boné de baseball estar presente em plena idade média substituindo o protagonista original da série tenha tido alguma coisa a ver com isso. Mesmo assim, não deixa de ser um bom game.

De volta a 1996, a Nintendo estava lançando o seu terceiro console, o Nintendo 64, e junto com ele foi lançado o fodônico e inovador Super Mario 64. Nesse tempo, um novo Zelda estava sendo desenvolvido para outro acessório produzido pela empresa para parasitar seu console, o Nintendo 64DD. Como o 64DD foi um fracasso total no Japão e nem chegou a ser lançado nos EUA e Europa, os desenvolvedores resolveram tocar o foda-se e lançar o game pra um cartucho normal de N64 mesmo...
"This game is made of awesome!"

Então finalmente chegou. The Legend of Zelda: Ocarina of Time foi lançado em 1998 e utilizava uma engine modificada do Super Mario 64, que apresentava diversas melhorias. Dessa vez, a câmera se posicionava nas costas do herói enquanto o seguia para onde ele fosse, além de ser controlável pelo próprio jogador durante o gameplay utilizando os botões L e R para movimentá-la para a esquerda ou direita (ou seja, a câmera nunca ficava "travada" em uma parede atrapalhando a visão).
"Esse verdinho aí é o Zelda?"

Link podia pular, rolar no chão, carregar 3 itens ao mesmo tempo, além da espada e do escudo, e claro focar os inimigos utilizando um sistema conhecido como Z-targeting: ao apertar o botão Z atrás do controle, Link voltava sua atenção para o alvo mais próximo na tela, enquanto os inimigos mais distantes eram deixados pra segundo plano. Essa ferramenta também permitia por exemplo, que o jogador focasse interruptores que podiam ser ativados com uma flecha para abrir uma porta, além de poder travar a mira em ítens distantes para então pegá-los com o bumerangue. Ocarina of Time não foi o primeiro game que introduziu esse sistema, mas sem dúvida foi o primeiro que o executou com maestria, vários outros jogos posteriores de outras produtoras se inspiraram no Z-targeting de Ocarina para criarem seus próprios sistemas de travar a mira (MMORPGs que o digam).
"Kaepora Gaebora (A.K.A Coruja ORLY), a maior armadilha do jogo"

O sistema de jogo mudou bastante com relação a os Zeldas vistos até então. Pela primeira vez podiamos controlar Link em um ambiente totalmente 3D, o que aumentou muito o fator exploração que consagrou a série. Podiamos andar a cavalo, e realmente mirar uma flecha em algum lugar (não bastando apenas virar de frente pro alvo e atirar) e os puzzles ganharam mais diversidade também. E claro, viajar entre o presente e o futuro quando bem quiséssemos, num esquema bem parecido com o Light World/Dark World do A Link to the Past. E pra época os gráficos eram de cair o queixo.
"HEY! LISTEN! LISTEN! HEY! LOOK! LISTEN! WATCH OUT! LOOK! HEY! LISTEN!"

A história se passa mais ou menos 10 anos após a guerra civil que foi mencionada no A Link to the Past (ou seja, esse game é uma sequência retroativa de outra sequência retroativa. WTF!). Link, um garoto da floresta está tendo um sonho premonitório, onde ele está de frente a um castelo enquanto presencia a fuga de uma garota, somos então apresentados a Ganondorf, a forma humana do monstro dos jogos anteriores, e que está perseguindo a jovem. Ganondorf então lança um Hadouken na direção de Link, que então é acordado de seu pesadelo por uma mosca gorda e brilhante que fica falando "HEY! LISTEN!". Ela se apresenta como Navi, uma fada que foi enviada pela árvore Great Deku Tree para levá-lo até ela para que ele possa destruir os seres malignos enviados por Ganondorf. Essa bola brilhante vai ficar flutuando na sua cabeça pelo resto do jogo inteiro.
"A BIG FUCKING DRAGON!"

Terminada a missão, a Great Deku Tree pede para que Link vá ao castelo de Hyrule encontrar a "princesa do destino" avisar sobre o perigo que Ganondorf representa a Hyrule. Chegando no castelo, ele se encontra com Zelda, que revela a ele que também tem sonhos premotórios. No sonho dela, ela viu Hyrule engolida pelas trevas causadas pelo único homem da tribo das ladras gerudo: Ganondorf, que havia conseguido a confiança do rei para então o trair e descobrir a entrada pro Domínio Sagrado, onde a Triforce reside. No meio do caos, um jovem que veio da floresta lutava para trazer a paz de volta a Hyrule empunhando a lendária Master Sword.
"A BIG FUCKING FISH!"

Zelda acredita que Link seja o rapaz do sonho dela e o pede para juntar todas as três pedras espirituais, pois elas junto com a Ocarina do Tempo que ela possui, são a chave para abrir a porta do tempo onde a Master Sword adormece, e com ela Link seria capaz de impedir os planos malignos de Ganondorf. O tiro saiu pela culatra, e a história mostra que se Link e Zelda não tivessem tentado impedir os planos de Ganon no início, ele nunca teria conseguido chegar até a Triforce e trazer o maaaaaaaaaaal até Hyrule. Link então tem que viajar até o futuro como adulto para concertar a enorme merda que acabou cometendo.
"A BIG FUCKIN......huh...WHAT TEH FUCK IS THAT?!"

Como não podia deixar de ser, Ocarina of Time também sofreu com os já conhecidos rumores sobre a triforce. As pessoas afirmavam que era possível pegar a triforce devido ao fato de fotos do game durante o estágio de desenvolvimento realmente apresentarem a triforce como um item adquirível, e que possivelmente teria sido retirado da versão final. Esses rumores se espalhavam pela internet como se fossem erva daninha e ganharam mais força durante o "caso ariana", que quase todo mundo conhece...
"Mais falso que nota de 3 reais"

Enfim, Ocarina of Time foi um jogo foda bagarai, e um divisor de águas do gênero, que serviu para o Nintendo 64 se erguer um pouco da tijela cheia de merda de títulos ruins em que ele estava se afogando . E se você tem ou teve um Nintendo 64 ou um Game Cube e não jogou essa pérola, eu sugiro que você enfie sua cabeça dentro de seu próprio cu, coma a sua própria merda e nunca mais saia lá de dentro!!!

No ano 2000, a Nintendo estava desenvolvendo o seu quarto console, o Game Cube...mas antes de ele ser lançado, ela ainda queria sugar tudo o que o Nintendo 64 podia oferecer, e aproveitando o sucesso estrondoso de Ocarina foi lançado o psicodélico The Legend of Zelda: Majora's Mask.
"Descubra por que essa foto é fake e você ganhará uma estrelinha"

Majora's Mask não foi dirigido pelo japinha cheio das dorgas Shigeru Miyamoto, mas sim pelo seu padawan: Eiji Aonuma, que fez um excelente trabalho, diga-se de passagem. O game só funciona com o Expansion Pack, um acessório que adiciona 4 MB de memória RAM aos 8 já existentes do cartucho. Tal acessório permite entre outras coisas, uma maior intensidade de cores e texturas em maior resolução.

O jogo é uma continuação direta do anterior, e começa com o mesmo Link de antes procurando pela sua fada Navi, que se separou dele no final do Ocarina of Time. Sinceramente, eu não sei porque diabos ele quer encontrar uma mosca gorda e chata que só sabe ficar flutuando em sua cabeça e gritar HEY! LISTEN! WATCH OUT! LOOK!....LISTEN!, mas enfim...Link passeia com sua égua pelo bosque procurando a infeliz criatura, quando de repente, um espantalho mascarado chamado Skull Kid faz o herói cair de seu cavalo, e desmaiar. Enquanto o pequeno orelhudo está desacordado, Skull Kid aproveita para roubar sua ocarina. Quando ele acorda, percebe que seu bolso ficou mais leve, e decide acertar as contas com o ladrão, e como se não bastasse levar a flauta do herói, rouba também o seu cavalo. Link então sai em busca de Skull Kid, e acaba chegando acidentalmente em um universo paralelo a Hyrule chamado termina. Lá ele descobre por meio de um suspeito vendedor de máscaras, que o poder da máscara do Skull Kid - chamada Majora's Mask - fará com que a Lua caia dos céus em 3 dias, destruindo toda a vida em Termina. Cabe ao pequeno orelhudo libertar os 4 gigantes que podem impedir o trágico fim do lugar, enquanto ajuda os cidadãos de termina a resolverem seus problemas pessoais.
"The moon....is beautiful!"

A jogabilidade sofreu um pequeno salto, Link agora pode fazer acrobacias enquanto pula, um relógio que conta 3 dias foi adicionado na tela, e certos eventos envolvendo NPCs têm início em horários determinados. Tais eventos podem se ligar com os de outros NPCs em alguns momentos, formando correntes de side-quests que podem variar de extremamente simples até frustantes e complexas. Quando o relógio chega até as 6 horas da madrugada do último dia, a lua cai sobre Termina e um Game Over automático acontece, isso pode ser previnido ao se tocar a canção do tempo, o que faz com que você volte até o primeiro dia, mas isso reinicia todos os seus eventos e tudo o que você estava fazendo, ou seja, se você tocou a canção antes de terminar aquele templo difícil pra cacete e matar o chefe, ou antes de terminar A PORRA DA SIDE QUEST DO KAFEI, então prepare-se para ter que começar tudo desde o início! UAUhuaUAHhuahauHUAuahaUHuahUHAUA!!!! Mas sério, isso não torna o jogo ruim e nem muito difícil, apenas torna a experiência de jogo mais desafiante e divertida.
Outra melhoria foi também o uso de máscaras de transformação. Ao vestir a máscara Goron, Link se transforma em um bicho que parece um gorila gordo e forte pra cacete, além de ganhar a habilidade de rolar no chão e passar por cima de obstáculos. Ao vestir a máscara Deku, Link ganha a habilidade de se transformar em um bicho feito de madeira que consegue soltar bolhas de cuspe e usar flores pra voar. Ao vestir a máscara Zora, Link se transforma em uma criatura que lembra um peixe, e que pode nadar bem rápido e usar um escudo de eletricidade dentro da água. Cada puzzle no jogo requer uma máscara diferente para ser usada, e alguns requerem todas elas. No final do jogo ainda existe uma máscara que faz com que Link vire adulto e ganhe um poder incrível, fazendo com que ele possa varrer o chão com o chefe mais difícil do jogo, sem perder nem 3 corações na luta.
"Tingle......mais um personagem desenhado sob o efeito de entorpecentes"

Por essas e outras, Majora's Mask é sem dúvida um excelente game, e apesar de não ser tão inovador quanto o Ocarina ele se mostra igualmente divertido, e é praticamente obrigatório pros fãs da franqua....apesar de ter o tingle e talz.
O Game Boy Color, o portátil a cores da nintendo também recebeu dois títulos em 2001 prduzidos pela Nintendo em conjunto com a empresa Capcom - The Legend of Zelda: Oracle of Ages e The Legend of Zelda: Oracle of Seasons, seguindo a onda de Pokémon Red/blue, Medabots Metabee/Rokusho, Megaman B.N. White/blue...enfim esse negócio de 1 jogo pelo preço de 2.

Em Ages, Link é transportado para a terra de Labrynna pelo poder da triforce, e precisa derrotar a feiticeira Veran e resgatar a cantora Nayru, usando o poder de voltar e avançar vários anos no tempo. Em Seasons, Link é transportado para Holodrum e precisa derrotar o General Onox e salvar a dançarina Din, usando o poder de mudar as estações do ano.
"Os gráficos podem parecer coloridos e gays, mas esses jogos são fodas abessa"

Ambos utilizavam a engine de Link's Awakening com algumas modificações, e a principal diferença entre eles, é que cada um se concentrava em um aspecto diferente da fórmula clássica de Zelda: Oracle of Ages é voltado para os puzzles, enquanto Oracle of Seasons é voltado para a ação. Cada um pode ser jogado e completado individualmente, mas como você já deve ter presumido, a Nintendo não ia deixar de passar a mão na grana dos jogadores, e para se ver o final verdadeiro do game e enfrentar Ganon você precisa ter zerado os dois.

Okay, o post ficou imenso pra cacete, e ainda não deu tempo de falar sobre todos os jogos da série, então vou-me já andando e deixarei os restantes para a terceira (e possivelmente quarta) parte...


Então até a próxima....ou não, sei lá!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Uma retrospectiva da série Zelda (parte 1)

Ahhhh, Zelda. Sem dúvida a minha franquia preferida da Nintendo, e claro já foi confirmado o lançamento de um novo jogo pra wii que será apresentado ao mundo na E3 desse ano (pelo menos assim esperamos), e que maneira melhor de comemorar do que fazendo uma pequena retrospectiva da série, desde seus primórdios pixelados até o presente momento. Sendo assim, sigam-me os bons!

Em 1986, um japonês cheio de dorgas na cabeça, havia alcançado muito sucesso ao transferir para um cartucho de video-game seus delírios psicodélicos causados pelo uso excessivo de entorpecentes. Com o rabo cheio da grana, logo ele resolveu produzir outro game, mas que dessa vez fosse baseado nas alucinações que ele tinha quando criança. Então, em 1987 surgiu Hyrule Fantasy: Zelda no Densetsu para o Famicon Disk System, que um ano depois foi lançado na forma de um nada discreto cartucho dourado para o NES americano com o nome de The Legend of Zelda, o jogo que deu início a franquia.

O primeiro Zelda nos apresentou ao protagonista chamado Link, e outras figuras que viriam a se tornar constantes na série como a sábia Impa, o vilão Ganon (que neste jogo por algum motivo possui um "N" a mais em seu nome), e é claro a princesa em apuros, Zelda.

O monstro Ganon atacava o reino pacífico de Hyrule em busca da Triforce, um poder sagrado e que garantia um desejo à qualquer um que a possuísse. Ganon captura a princesa zelda, que sem esperanças, quebra a Triforce em oito pedaços e as esconde em oito labirintos diferentes localizados em Hyrule. O herói Link agora precisa reunir os fragmentos da Triforce, derrotar Ganon, salvar a princesa e trazer a paz de volta ao lugar. Essa era a premissa básica do game.
Confesso que nunca gostei do primeiro jogo da série. Sim, era revolucionário para a época, além de ser o primeiro game do NES com uma bateria de memória interna que permitisse o salvamento do progresso do jogador. Mas o mapa do jogo era imenso, você não tinha nenhuma pista de pra onde seguir, e se vê forçado a atravessar o overworld inteiro pra descobrir onde fica a próxima dungeon, e quando você finalmente a encontra, a porra de um moblin (um bicho que parece um porco enorme) impede a sua passagem pra próxima sala, e a única pista que ele te dá sobre o que fazer é: "GRUMBLE, GRUMBLE...". Aí eu pego a porra de um detonado pra tentar saber o que raios isso significa e descubro que tenho que jogar uma isca que mais parece um pedaço de merda pra ele comer, e a porra da isca só é encontrada em uma loja que fica do outro lado do mapa lá onde Judas perdeu as botas e embaixo de uma árvore que passa totalmente despercebida, aí eu vou lá, ponho fogo na árvore, entro na loja e descubro que a isca custa o olho da cara, aí saio da loja e fico enfrentando octorocks (um ser que parece um polvo que cospe pedras) pra acumular dinheiro, compro a porra da isca, volto pro outro lado do mapa pra voltar pra dungeon, entro nela, jogo a isca pro moblin, vou pra próxima sala e WTF! 6 wizzrobes soltando magia pra todo canto! Eles me matam e volto pra tela de início do overworld e tenho que fazer tudo de novo! FUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU

Sem falar no velhinho que supostamente deveria dar dicas sobre o jogo, mas ele só fala coisas como "10TH ENEMY HAS THE BOMB", "EASTMOST PENINSULA IS THE SECRET" e "GO TO THE NEXT ROOM"...

...

Mas, enfim foi revolucionáaaaaario rendeu uma penca de dinheiro para a empresa. Tanto que fizeram uma sequência...

Zelda II: The Adventure of Link, foi o segundo jogo da franquia, e até hoje um dos poucos zeldas que é uma sequência direta do anterior. Seis anos se passaram desde que Link derrotou Ganon, e o herói está prestes a completar 16 anos, quando o símbolo da Triforce da coragem surge em sua mão esquerda. Impa leva o garoto para o castelo do norte, onde ele encontra a primeira princesa Zelda adormecida em um palácio durante centenas de anos, e 6 cristais que precisam ser devolvidos aos seus respectivos palácios para que ela possa acordar de seu sono eterno. Enquanto isso, os servos de Ganon estão atrás de Link para que possam matá-lo e derramar seu sangue sobre as cinzas de Ganon, o que fará com que o monstro viva novamente para iniciar uma nova era de terror.

Interessante notar que essa é a zelda que deu origem a 'Lenda'. Um mago a serviço do príncipe pôs um feitiço para que ela caísse em sono profundo por não ter contado ao irmão aonde estava escondida a triforce da sabedoria. O mago morreu após o feitiço, e o príncipe arrependido de seu ato e conciente de que agora ninguém poderia acordá-la decreta que toda a princesa nascida na família real deveria se chamar Zelda para que a tragédia jamais seja esquecida. Uma história bem badass pra época do NES na minha opinião e que dá margem a futuros jogos da série, o que indica que a Nintendo já deu importância a cronologia de Zelda em algum momento da história.
"ZOMG! THEREZ AN ERROR IN MAH GAME!"

E igualmente interessante é notar que a Zelda que foi resgatada no Zelda 1 não dá as caras em momento nenhum do jogo, o que me faz pensar que entre um game e outro, ela deu um fora no Link e fugiu com o mordomo, e ele emputecido bateu com a cabeça repetidas vezes na parede do castelo até deformá-la totalmente, o que explica o porque de ele estar mais feio do que bater na mãe em véspera de natal com pinheirinho de plástico.
Aham! Pois bem, zelda 2 seguiu um rumo diferente do primeiro. Manteve o overworld com visão aérea, mas quando entrávamos em um palácio ou cidade ou dávamos de cara com um inimigo, um sistema de visão lateral 2D parecido com a série Castlevania era usado para iniciar a ação. Apesar disso, o jogo não agradou muita gente que preferia a fórmula do primeiro game. Bom, pelo menos EU gostei bem mais desse, apesar de a última Dungeon ter fritado quase todos os neurônios que ainda não tinham morrido depois de jogar o anterior, mas ao menos a música era de primeira.

Em 1989, uma empresa chamada DiC Enterteinment resolveu pegar carona no sucesso da série e fez uma adaptação animada dos dois Zeldas de NES. O resultado foi um dos desenhos mais nojentos que eu já vi. Imagino que pelo fato de não ter sido produzido nenhuma linha de brinquedos pra promover o show, a DiC simplesmente resolveu foder toda a história/personagens/ambientação/whatever que tenha sido construído pelos jogos até então lançados. Link apesar de quase nunca falar nos jogos, no desenho ele fala mais do que aquela sua vizinha gorda e fofoqueira que assiste o programa da Sônia Abrão, e ele até ganhou uma frase de defeito: "Excuuuuuuuuuuuuuuuuuse me, Princess!" que é dita 29 vezes durante os 13 episódios da série. Ele está constantemente tentando comer a Zelda, que por sua vez fica fazendo cu doce, mas no fundo ela está é louca pra dar pra ele. Até o rosto dela praticamente denuncia isso, veja a foto ao lado, para ter uma ideia. Aliás, a cara do Link ainda é pior! Ganon também não escapou ileso. Ele agora tenta roubar a triforce da Zelda com métodos dignos da Equipe Rocket, do tipo se vestir de mago pra enganar o povo de hyrule, bem como Link e a princesa para então roubar a Triforce....nem parece o Ganon que chutava nossas bundas e nos fazia arremessar o controle contra a parede no primeiro jogo. De fato, pelo menos a Equipe Rocket parecia ser bem foda no primeiro episódio que apareceu, antes de ser reduzida a meros retardados (pensando melhor, o desenho Pokémon transformou todos os personagens em retardados depois da terceira ou quarta temporada).
"Excuuuuuuuse me, princess, but this show is a piece of crap. Good job making this shit, DICK Entertainment!"

No finalzinho dos anos 80, teve início o desenvolvimento de um novo Zelda que seria lançado para o NES, mas o projeto acabou tendo que ser levado para o novo console da Nintendo, o Super NES.
A Link to the Past foi lançado em 1991, e foi provavelmente uma revolução maior que o primeiro zelda. Foi o primeiro cartucho a apresentar 8 Mbit (1 MB) de memória, o dobro dos cartuchos convencionais que possuíam 4 Mbit (512 KB), e com as melhorias na memória vieram junto as melhorias na jogabilidade. A série abandonou o sistema 2D introduzido em Zelda 2, e voltou as raízes do primeiro jogo, onde o mapa era explorado com um ângulo de visão aérea, mas dessa vez era muito menos frustrante no quesito exploração já que os NPCs davam dicas importantes no decorrer do jogo e te falavam qual seria o seu próximo destino (diferente daquele velhinho de merda e cheio de hemorróidas do primeiro jogo). Fomos apresentados ao Dark World, um mundo paralelo a Hyrule e corrompido pelas trevas, e o jogador podia explorar livremente ambos os mundos com a liberdade que poucos games haviam proporcionado até então. Os gráficos eram primorosos e as novas músicas eram simplesmente fodas, bem como as músicas remixadas do primeiro game que também eram ouvidas constantemente no decorrer do jogo. A Link to the Past praticamente ditou as regras pra todos os outros zeldas que viriam depois.
"Acima, uma área do Light World, abaixo, a mesma área no Dark World"

O jogo era uma sequência retroativa dos dois primeiros jogos de NES, ou seja, aconteciam antes deles. A muito tempo, três deusas criaram a terra, e após concluírem sua tarefa, voltaram para os céus deixando para trás o poder dourado conhecido como Triforce. Este poder se encontrava escondido em uma terra sagrada dentro do reino de Hyrule, de onde ninguém além do próprio rei e seus fiéis servos mais confiáveis sabiam onde ficava a entrada. O povo dos outros reinos, movidos pela ganância, desejavam a Triforce para satisfazer seus próprios desejos e então iniciaram uma guerra para descobrir onde ficava a entrada para o tal lugar. No meio desta guerra surge Ganondorf e seu exército de ladrões, ele consegue descobrir a entrada para o Domínio Sagrado e toma para si o poder da Triforce, se tornando assim o monstro conhecido como Ganon. O rei temendo pelo seu reino decide comandar seis sábios para aprisionar o monstro no Domínio Sagrado para que ele nunca mais possa voltar a Hyrule.

Anos depois, um padre de nome Agahnim, consegue a confiança do rei por seus atos em Hyrule, e logo depois o mata, e usurpa o trono do rei. Agahnim ordena que as sete descendentes virgens dos sábios sejam levadas para o castelo para que possam ser sacrificadas e então a barreira que prende Ganon na terra dourada será finalmente quebrada, e então o Rei das Trevas engolirá Hyrule em uma onda de caos, e apenas a espada Master Sword pode impedir esse destino cruel de ocorrer. Link, acordado pela princesa Zelda no meio da noite, deve obter a dita espada, derrotar Agahnim e blá blá blá.

Como o jogo era uber foda e foi super bem recebido pelos fãs, a nintendo produziu em 1993 Link's Awakening uma continuação direta de A Link to the Past lançada para Game Boy e que apesar de também ser excelente, é ignorada por todo mundo....

...

Onde eu estava?

Ah, sim...

No início dos anos 90, a Sony fez um acordo com a Nintendo, na qual ela deveria ficar encarregada de produzir um periférico que seria usado no SNES para permitir ao console a leitura de CDs. Pois, bem, o acordo miou e os projetos do periférico viriam a evoluir na forma do Playstation anos depois (se tornando uma verdadeira dor de cabeça para a Nintendo). A Big N resolveu contornar o problema com um novo acordo, dessa vez com a empresa Philips, que ficaria encarregada de produzir um acessório que seria acoplado ao SNES, permitindo ao console fazer a leitura de discos, em uma premissa similar ao que a Sony tentou fazer.

Então, o acordo foi desfeito....mas essa não foi a pior parte. A pior parte foi que a Philips conseguiu por um breve momento a permissão da Nintendo para usar seus personagens mais famosos para a produção de games para o seu próprio console, o CD-i.

O resultado disso todos nós sabemos.

Em 1993, Link: The Faces of Evil foi lançado para o CD-i, e um triste capítulo para a saga Zelda teve início.
"Take a good look at this picture, and you will know why they called the game "Faces of Evil""

O game utiliza uma versão cagada da jogabilidade do Zelda 2 de NES. A exploração do mapa é totalmente 2D, mas ao contrário dos jogos anteriores, este não tem músicas cativantes, jogabilidade sólida, gráficos competentes, e muito menos diversão.
"A huge face of evil"

E por mais que os gráficos do Gameplay sejam ruins, nada no mundo pode justificar as Cutscenes animadas do jogo. Céus, aquilo parecia ser feito no Paint por um garoto de 8 anos e com uma séria dificuldade de cordenação motora. Um macaco treinado consegue fazer algo melhor do que aquilo...aliás, nem treinado precisa ser, parece que os produtores realmente estavam tentando fazer merda com as ferramentas que tinham em mãos. Bom, pelo menos nisso eles obteram êxito.
"Link and his face of evil"

Link, por exemplo, parece ter sido desenhado por alguém com um lápis preso no rabo enquanto tentava mirar o cu na esperança de milagrosamente acertar o lápis no papel até formar algum rabisco que lembrasse vagamente uma figura humana. Depois ainda fizeram o favor de pintar a boca dele de batom e usar conchas do mar para o modelo de suas orelhas! É como se eles nunca tivessem visto uma mísera figura do Link para saber como desenhá-lo.... Pensando melhor é como se eles nunca tivessem visto nenhum desenho animado para saber como fazer um direito.

A dublagem era uma merda tão grande quanto as animações, aliás, qualquer um que conheça Youtube Poops com certeza já viu tenebrosas frases do game, como os famosos "Gee! It sure is BORING around here!", "MAH BOI!, this peace is what ALL true warriors strive for!" e "You must DIE!".

Ainda no mesmo ano, a Philips lançou a sequência de Faces of Evil: Zelda: The Wand of Gamelon, e o mundo chorou novamente...

Nesta sequência, Link e o Rei Harkinian foram capturados por Ganon e o primo do Rei em uma emboscada, agora eles estão presos na terra de Gamelon e cabe a zelda ir até lá resgatá-los.
"MAH BOI!, this piece of shit is what ALL true gamers are afraid of!"

Yep, isso mesmo, nesse game o jogador controla a Zelda pela primeira vez na história...não que isso faça muita diferença, já que tudo o que tem nesse jogo foi copiado e colado do anterior. Todas as merdas do Faces of Evil estão presentes aqui. Aquelas cutscentes horríveis feitas no Paint em que todo mundo tem cara de retardado, a dublagem fudida da porra, tudo está aqui.

O fato de Wand of Gamelon ter sido lançado no mesmo ano de Faces of Evil já demonstra o quanto a Philips estava pouco se fudendo pros jogos dela. Ela realmente não quis desperdiçar tempo tentando produzir algo melhor, com um gameplay mais sólido, ou trabalhar na parte gráfica e sonora. Tudo foi mastigado e cuspido do Faces of Evil.

Eu me pergunto onde estavam os guardiões da moral e dos bons costumes quando esses jogos foram lançados. Você sabe, aqueles que adoram atirar pedra em GTA por ser muito violento e conter sangue, e que até conseguiram "proibir" (entre aspas, pois nada é realmente proibido no Brasil) Counter Strike no país. Quero dizer, eu jogava Mortal Kombat quando criança, e nunca tive nenhum problema na cabeça ou coisa do tipo por causa disso, mas eu tenho certeza que se tivesse jogado os jogos de CD-i naquela época, eu provavelmente estaria vegetando em uma cama e respirando com a ajuda de aparelhos hoje em dia. Porra, essas cenas animadas já são o suficiente para deixar uma criança traumatizada pelo resto da vida, e até mesmo com sequelas cerebrais permanentes...Aww, que seja, o apelo das pobres criancinhas não iria impedir a Philips de lançar outra bomba...
"Philips came back with another shitty game! That's so funny, isn't it? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!".

Em 1995, a Philips voltou com outro pesadelo: Zelda's Adventure. Eles já começaram mal pelo título...quer dizer que se eu criasse um jogo onde o protagonista se chamasse Joãozinho, eu deveria chamar o jogo de Joãozinho's Adventure? Pqp, eles nem quiseram tentar bolar um título decente dessa vez.

A Philips abandonou o sistema side-scrolling dos predecessores e voltou com a tradicional visão aérea da série. Ela ambonou também as assustadoras cutscenes animadas e passou a usar cenas em full motion video com atores reais, que apesar de não serem muito boas, já foi um passo a frente em relação aos outros dois zeldas de CD-i . Neste game, Link foi capturado (de novo) e cabe a Zelda resgatá-lo (de novo[2]).

Os inimigos são difíceis pra caralho! Os controles atrapalham bastante, e os gráficos usam texturas bem borradas, sem falar no tempo de carregamento que leva entre uma tela e outra.

Mas sendo honesto, Zelda's Adventure não chega nem perto da micose dos pés de Faces of Evil e Wand of Gamelon em matéria de "horriveldade" (acabo de inventar essa palavra, mas que seja), então, talvez a Philips estivesse começando a aprender com os erros do passado.......antes de perder a licença para continuar produzindo games com as franquias da Nintendo e o CD-i cair no esquecimento eterno...

Mas então a Nintendo voltou para tomar as rédeas da franquia! E produziu um jogo épico como nunca antes visto, que nos faria esquecer da Idade das Trevas que foi a época da Philips, algo tão foda que.....que.....que eu vou ter que deixar para o próximo post.

Que foi? Eu disse que essa era a parte 1, não disse? Então....

Até mais ver! see ya!