sábado, 6 de março de 2010

A morte da Indústria Fonográfica e o nascimento da Indústria de Música

Entrei em um dos meus sites favoritos de download de música, e comecei a baixar um álbum do iron maiden, quando terminei, fechei o Firefox e comecei a procurar entre os meus filmes algum que fosse bom, acabei vendo um filme sobre o Queens of the Stone Age, um concerto (acho q em algum local da frança, ou pelo menos um concerto que algum francês viu, gravou, gostou e colocou legendas francesas, ou não). Não achei músicas que eu gostasse tanto deles (concerto de 2004/2005) então fui ouvir o álbum Songs for the Deaf. E agora ao som desse álbum, eu escrevo este post no Word para postar no Blog.

Já notaram como as coisas mudaram? Há alguns anos atrás eu teria comprado o cd, sem nem mesmo saber se é bom (e é bom, baixe), veria os filmes ou em VHS ou na televisão e então colocaria no meu mini-system algum cd pra ouvir enquanto eu escrevia um artigo para mostrar apenas para alguns amigos.

Não é incrível como a internet mudou isso? Digo, sem ela eu nem estaria escrevendo esse artigo, e provavelmente nem conheceria as bandas que eu gosto, ou teria visto os filmes que eu gosto, principalmente se eu ainda dependesse da TV (estaria vendo algum filme do Didi com a Lili, e pensando se os outros 4 canais na TV teriam algo melhor)

Imagine a sua vida sem internet, só por um segundo. Se tornou algo inimaginável, nos tornamos dependentes dela e não é uma dependência ruim, porque nos tirou muitos limites. O mais notório (e controverso) seja talvez o que tem a ver com copyright e download, e hoje vou tentar falar dele... ou talvez mais tarde, são 2:12 da manhã e eu tenho que acordar cedo amanhã, digo hoje.

Vamos começar com exemplos clássicos, literalmente: Mozart, Beethoven e Vivaldi. Nenhum dos três tiveram apoio de gravadoras, nenhum dos três caçou fãs que gostassem da sua música atrás de dinheiro e ambos os 3 são músicos aclamados e que ainda são ouvidos décadas (ou séculos) depois de suas mortes

Então, as gravadoras existem para quê? Ora, existem para levar a música até o público e pra gravar (dã) o material do artista, além de divulgá-lo. Agora deixe-me pensar sobre isso: Levar a música até o público = Distribuir Cópias pela internet; Gravar o Material do Artista: existem ótimos programas de gravação disponíveis de graça na Internet e existem meios o bastante para se gravar um cd em casa por um preço bem baixo e com boa qualidade; Divulgar Material do Artista: E-mails, mensagens via MSN (sim, de amigo pra amigo) e basicamente fazer música boa, que se divulga por si própria, principalmente hoje em dia.

Mas ae alguém me pergunta “e onde o artista ganha nisso, se ninguém compra o cd dele?” e eu respondo: simples, com shows. Divulgando o material de forma gratuita, ele se torna mais acessível e logo mais divulgável, além dele próprio ser algo a ser compartilhado com amigos, aumentando o número de ouvintes -> Mais fãs = mais pagantes num show = mais dinheiro final. Além disso, o artista só ganha uma porcentagem do cd.

Basicamente, a internet matou a gravadora, ela não precisa existir mais, mas sabe por quê ela existe? Força no mercado, uso de leis antigas que não fazem mais sentido e o mais baixo do baixo, pedir uma porcentagem do dinheiro arrecadado nos shows do artista, sendo que isso vem no contrato, se assina isso POR CONTRATO. Sabe quem fez isso? Fresno, e agora me diga: fresno tem qualidade musical? Tem alguma relevância pro cenário musical brasileiro? Contesta algo de importante na sociedade atual? Não, eles nem mesmo fazem música boa (desculpa se eu ofendi alguém, eu geralmente não respeito o mau-gosto dos outros), eles apenas fazem um sertanejo com guitarras pra adolescentes ouvirem. A única coisa que mantém eles de pé é a INTENSA divulgação por cima deles: Mtv, globo, caralho a quatro.

Notou agora que as gravadoras apenas nos fazem descer bandas medíocres goela abaixo, enquanto outras, muitas vezes superiores nem são conhecidas? Pois bem, elas são conhecidas (não tanto quanto necessário) e o teatro mágico é a prova.

Eu não sou um grande fã da banda, mas eu sou dos meios deles. Não passam na MTV, não cantam com o Roberto Carlos no final do ano, não aparecem no Domingo Legal, não tocam na Mix Fm. E lotam shows, e sobrevivem. Eliminaram a gravadora e são conhecidos e respeitados, fazendo shows a 15 reais e distribuindo CDs na internet, e ainda fazem música boa.

Outro exemplo bom são os Móveis Coloniais de Acaju, mas eu farei um post sobre eles depois.

Não há necessidade de gravadoras, não há. Quer outra prova? Trama Virtual e o download legal grátis remunerado, uma das poucas boas idéias dessa época. Lá eu baixei a discografia inteira do Autoramas, Rock Rocket e alguns álbuns do Teatro Mágico. Grátis e o artista ganhou com isso. Porra, por quê não faz isso? Não há mais por quê comprar um cd. Não se ouve mais música no Mini-Sytem ou no Cd player, se ouve no PC, nos window media player e real players da vida, se bota a música no Ipod ou mp4 via Windows Explorer, por vários motivos, entre eles o fato que se pode trocar sempre as músicas do mp4, as do PC, não ocupam espaço físico, são DE GRAÇA (porra, não tem nada melhor que isso) e o computador virou o centro multimídia da casa.

Antes, se desejava-se ver um noticiário, via TV. Ano passado, notícias do Irã atravessaram o rígido controle sobre notícias do governo, via youtube e vídeos gravados em celulares e então alcançaram o mundo. Se desejava-se ouvir música, ouvia-se um cd, seu ou de amigos, ou então uma mix-tape (que também já foi considerada “causa de morte pra indústria fonográfica”). Hoje, temos shareaza, limewire, discografia, blogs de música, trama virtual, myspace, lastfm, etc. Se desejava-se ver um filme, ia no cinema, ou comprava o VHS, ou esperava passar na TV. Hoje se pode baixar filmes em blogs e ver no computador, algumas TVs até já tem saída pra cabo de PC, pra se ver filmes na TV. E infinitos outros exemplos.

Er, agora eu vou dormir, mas eu volto pra continuar o post...

Bem, voltando ao post, e também finalizando-o, os meios de se obter informação mudaram, e as empresas tem q entender isso, não adianta mais tentar impor uma forma de cultura ou de obter cultura, por que se tem milhares hoje em dia. Eu apenas queria terminar esse post com a imagem q eu vi há alguns dias num blog que eu gosto bastante e que inspirou a escrever esse post:

2 comentários:

  1. mto bom o texto..


    realmente...gravadoras se tornaram muuuuito obsoletas..
    o único propósito delas é dizer aos artistas o que fazerem (quando eles são uns tontos que não sabem o que o público quer...)

    claro...ter uma gravadora grande é o sonho de todo músico..afinal, com elas a fama vem mais fácil (e vai também...)...mas elas já deixaram de ser necessárias...

    tanto que to construindo um estúdio em casa, e sonho em gravar minhas musicas e botar na net pro pessoal ouvir e falar q num tenho talento...hehe

    quem precisa de Rick Bonadio quando se tem "Pro Tools" num pc furreca e uma conta no myspace?

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  2. Muito bom o texto

    Concordo totalmente com o texto, as gravadoras no final só servem para atrapalhar os artistas. Sugam dinheiro, fodem com eles e as vezes até pedem para dois músicos do mesmo sexo se beijarem em público só pra agradar as fãs (e pior que isso acontece mesmo).

    Tem até uma música setentista contra as gravadoras (mais especificamente a EMI): http://www.youtube.com/watch?v=KnkDITDZT-M

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