sábado, 27 de fevereiro de 2010

Uma retrospectiva da série Zelda (parte 3)

E cá estou eu novamente em mais um post atrasado, em minha epopéia para escrever um pouco sobre todos os games da série do poser de peter pan mais querido da Nintendo. Então, como eu não sei mais porra nenhuma pra falar agora, deixemos os parágrafos introdutórios de lado e vamos direto pro próximo jogo da saga.

Em 2001, a Nintendo revelou o seu console de 128 bits para competir com a Sega e a Sony: o Nintendo Game Cube. E um dia depois, um trailer foi divulgado na Space World 2000 para demonstrar a capacidade do novo Video-Game da Nintendo. No trailer, um Link ultra realista (para os padrões da época, é claro) enfrentava um Ganondorf igualmente realista no duelo de espadas mais foda já visto até então. E todos ficaram abismados com a qualidade da coisa, e bradavam coisas como "OMG TEH REALISTIC" ou "THIZ GONA BEE FUCKEH EPIC!"

Os fãs tiveram orgasmos múltiplos com o tal trailer e todos já estavam convencidos que o próximo Zelda seguiria o padrão do vídeo da Space World 2000. E durante um ano, eles ficaram na doce esperança de ver um Zelda nesse estilo....até que suas bocas foram subitamente caladas...

"They changed now it sucks!"

The Legend of Zelda: The Wind Waker foi lançado em dezembro de 2002 e foi diferente de todos os outros até então.

Wind Waker usava gráficos em Cel-Shading, um estilo que tentava mimetizar os efeitos visuais de um desenho animado e que em nada se parecia com os gráficos mostrados no vídeo do evento anterior, Link sofreu outro redesign e dessa vez ficou bem mais parecido com uma criança de um daqueles animes infantis (popolocrois, alguém?) e logo os fanboys que se masturbavam com o Ocarina of Time ficaram perplexos, e não perderam a oportunidade de criticar o visual do jogo por acharem "infantil" demais dizendo coisas do tipo "OMG TEH TOO KIDDY" e "THIZ GAME GONA SUCK NOW". Claro, isso faz muito sentido, considerando que os mesmos nerds que estvam criticando, jogavam também games como Kirby e Pokémon...
"O game praticamente grita a palavra ÉPICO do início ao fim."

A verdade absoluta é que gráficos ultra-realistas combinavam tanto com a premissa de Wind Waker quanto os livros de Monteiro Lobato combinam com Dragon Ball. E por mais que o Link pareça uma Menina Superpoderosa, o visual do game é perfeito. Link agora está mais expressivo do que nunca, deixe ele com pouca vida e ele ficará cansado e ofegante, se tiver alguma coisa que chame a atenção dele, ele irá mover sua cabeça para fitar o tal objeto com uma cara de "wow! wtf is that?". As animações são excelentes e os modelos dos personagens são muito bem animados Praticamente tudo que [supostamente] é feito de tecido no jogo se move com o vento, isso inclui o chapéu de Link, a vela do barco e principalmente as roupas de Ganondorf que trocou sua armadura por um kimono com mangas enormes e cheio de dobras que se movem dramaticamente ao menor sinal de brisa, além disso o interior das dungeons costuma possuir uma neblina densa, e alguns efeitos como explosões foram cuidadosamente desenhados com sprites 2D o que contribui para o clima cartoon do game.
"So fucking cute!"

A jogabilidade também não ficou devendo em nada para os outros jogos, e é praticamente uma versão mais sofisticada da dos Zeldas de 64, e dispensa explicações aprofundadas. A câmera porém melhorou muito, agora era possível movimentá-la para todas as direções possíveis e ela permanecerá na posição em que foi deixada até que o jogador mude o ângulo de novo. Link também ganhou um novo ataque que consiste em uma esquiva no exato momento do ataque de um oponente e atacá-lo logo em seguida enquanto a sua guarda está aberta (acredite, você vai se ver tentando executar essa manobra inúmeras vezes no jogo só pra ver o brilhozinho verde maneirinhow na espada).
A introdução do jogo é uma óbvia menção aos eventos finais de Ocarina of Time, basicamente Ganon se libertou e espalhou o maaaaaaaaal por Hyrule, como o herói do tempo não voltou para dar cabo do flagelo, as deusas criadoras resolveram afundar Hyrule com uma enchente para se livrarem do monstro, o que fez com que várias vidas inocentes fossem consumidas pelas águas.....
...

Wow, que coisa mais...forte para um game da Nintendo. Ah, sim, e Ganon permanecia vivo (DUH!), provando ser um legítimo brasileiro já que não desiste nunca de roubar a Triforce para conseguir finalmente governar Hyrule outra vez (er...ou o que restou dela).
"A Nintendo querendo novamente provar sua flihadaputice, resolveu botar o Tingle no jogo."

Link, um morador de uma pacata ilha do sul está comemorando seu aniversário com sua familha e ganha de presente de sua irmã uma luneta e de sua vovozinha uma túnica verde idêntica a do herói da lenda. Seu aniversário, porém é interrompido por uma ave gigante que está sobrevoando a ilha fugindo de uma gangue de piratas e leva em seu bico uma garota. O pássaro é atingido por um canhão do navio e cai em uma mata. Link vai até lá resgatar a garota, mas a ave se recupera e já que é aparente míope, leva por engano a irmã de Link. Ele agora precisa ir em busca de sua irmã e para isso conta com a ajuda da pirata Tetra, e do barco King of the Red Lions, e então a história têm início.
"A imagem do trabalhador sendo obrigado a desempenhar papéis ridículos para garantir o pão de cada dia - outro fator que torna este jogo único"

Convenhamos, dessa vez o Link realmente tem um motivo pra seguir sua jornada, diferente do ocarina of time e do a link to the past, onde ele é acordado por alguém que nunca viu na vida e é convencido a arriscar sua vida pra salvar Hyrule, e do primeiro zelda onde ele só faz isso for the hell of it!...

Outro aspecto interessante de Wind Waker são os personagens, que apesar de serem simples, mostam bastante realismo em seus sentimentos. A avó de Link, por exemplo, no meio do jogo começa a sofrer de depressão, já que sua neta foi raptada e seu neto deixou a ilha para ir resgatá-la, deixando a velhinha sozinha e preocupada. Ganondorf também amadureceu batsante desde o último game, e dessa vez planeja cada passo antes tomar uma atitude, ao invés de agir mais por impulso, como nos games anteriores. Ele até tem um monólogo sobre como ter crescido num deserto fez dele uma pessoa cruel, já que o povo dele era obrigado a roubar e viver uma vida miserável, enquanto o povo de Hyrule tinha tudo do bom e do melhor, ele poderia até ir pro programa da Márcia Goldschmidt para falar o quanto ele não tem culpa por suas ações e tudo o que queria era levar uma vida normal como todos os Hyruleanos...
"ORLY?"

E se isso não é suficiente pra provar que o jogo é bem melhor do que parece, fique você sabendo que no final temos o duelo de espadas mais BADASS da história da Nintendo, entre Link e Ganondorf que dessa vez usa 2 katanas, no cenário mais foda EVER e ao som da música mais foda EVER! E logo após o duelo, Link crava a Master Sword na testa de Ganondorf, que vai lentamente se tornando pedra enquanto o pouco que restou de Hyrule vai sendo tragado para o fundo da água, fazendo com que Ganon afunde de vez para sempre como o novo pedestal da master sword....por um momento o jogo deixou de parecer tão infantil, huh? Por isso ele é tão foda, e se mesmo com isso tudo você ainda quizer torcer o nariz pro Wind Waker, eu sugiro que o senhor abaixe as calças para ser estuprado analmente pelo Ocarina of Time...e acho que já falei demais de Wind Waker. Vamos pro próximo...

Aliás, não leia o parágrafo acima se não gostar de spoilers. Pois bem você foi avisado...

Ainda no mesmo ano, a Nintendo produziu um remake de A Link to the Past para o Game Boy Advance, chamado The Legend of Zelda: A Link to the Past/Four Swords que apresentou algumas mudanças nos diálogos, corrigindo alguns erros grotescos da versão de SNES, adicionou uns efeitos sononos legaizinhos como a voz do Link criança do Ocarina of Time, entre outras coisas das quais se destaca uma dungeon extra e um modo multiplayer, o primeiro da série, chamado Four Swords....que eu nunca joguei, já que não possuo essa versão de GBA, então sigamos para o próximo game da lista.

"KILIK DESLIKES SMOKE!"

Ah, sim, antes que eu me esqueça. Em 2003, Link se tornou um personagem jogável na versão de Game Cube de Soul Calibur 2! FUCK YEAH!

Pois bem, voltando ao assunto, dois anos depois, a Capcom recebe permissão para produzir outro Zelda. The Legend of Zelda: Minish Cap que fora lançado para o Game Boy Advance.

No meio de um festival, o feiticeiro Vaati transforma Zelda em pedra no início do jogo, e Link com a ajuda do chapéu Ezlo e do povo Minish precisa conseguir a Piccori Sword, derrotar a ameaça e salvar Zelda. Enfim, nenhuma história excepcional, mas ninguém aqui jogava Pacman e Super Mario Bros. por causa da história, não é mesmo?

O jogo apresenta Ezlo, o chapéu que dá o título do jogo, que dá dicas que podem variar desde apontar um ponto fraco do oponente à dizer que uma porta trancada está....er...trancada. E claro, ele também é usado para fazer com que Link diminua de tamanho e acesse áreas pequenas, o que faz com que alguns inimigos normais do overworld virem criaturas gigantescas enquanto Link está pequeno.
Outro sistema introduzido no game é o sistema de Kinstones, onde se pode coletar pedaços de medalhões e fundí-los com NPCs. Isso libera alguns bônus que podem ser bem interessantes algumas vezes.

A jogabilidade é bastante parecida com os Oracles de Game Boy Color, use um item no botão A e outro no botão B, R é o botão de ação usado pra falar, rolar no chão e pegar algum objeto, e L faz com que Link funda as Kinstones com os NPCs.
No mais é um excelente Zelda que apesar de não ser tão inovador se mostra igualmente divertido quanto os outros.

O Game Cube também recebeu outro jogo da franquia em 2004: The Legend of Zelda: Four Swords Adventures que era uma continuação do modo multiplayer do remake de ALttP para o Game Boy Advance.

O enredo é a mesma porra que já estamos cansados de ver: um ser das trevas captura a princesa e você tem que completar as dungeons do jogo para poder sentar a mão no chefão final e resgatar a Zelda, o ser das trevas então é revelado ser apenas parte de um plano arquitetado por ninguém menos que (adivinhem) GANON! E então ele tem sua bunda chutada, a Zelda é salva e o bem vence o mal forévis. As palavras "coragem", "poder" e "sabedoria" surgem ocasionalmente nos diálogos pra preencher algumas linhas e pah.
O jogo possui gráficos excelentes que lembram bastante os de A Link to the Past e os de Four Swords de GBA , ou seja são totalmentes 2D, mas retexuriados e redimensionados para que ficassem melhor numa tela de televisão. Algumas vezes os sprites podem parecer mais pixelados em alguns lugares, mas os efeitos de explosões, fumaças e afins que foram totalmente pegos de Wind Waker cobrem essas pequenas falhas.

O gameplay é parecido com o de A Link to the Past, só que com algumas mudanças. Ao invés de você conseguir o item dentro da dungeon, você coletará apenas pedaços deste item espalhados pelo level. E nada no jogo irá continuar com você após o término de um level, nem items, nem corações, e nem porra nenhuma! Além disso, você só pode carregar um item por vez. Mas é justamente essas mudanças na jogabilidade que fazem com que os puzzles fiquem mais desafiantes e as dungeons mais divertidas. Além disso tudo, o jogador possui o controle de quatro Links no jogo, e esses podem ser agrupados em diferentes formações para executar uma ação distinta. É possível, por exemplo agrupá-los lado-a-lado para empurrar uma pedra enorme para abrir passagem para outro local, ou agrupá-los na chamada "formação diamante" onde todos podem executar em conjunto um único e extremamente poderoso ataque giratório.
"Tudo isso por um mísero jogo! Essa sim é a Nintendo que conheçemos!!!"

E como já devem ter presumido, este jogo tem um modo multiplayer, onde quatro pessoas podem jogar simultaneamente, e jogar competitivamente ou cooperativamente. Infelizmente nunca tive a oportunidade de jogar o modo multiplayer. Por que? Ora, simplesmente porque a gananciosa da Nintendo mostrou seu lado mais filho da puta ao desenvolver este game: para que tenhamos acesso ao multiplayer, é necessário que todos os jogadores tenham seus respectivos Game Boy Advances e um cabo conector GC-GBA. Ou seja para desfrutarmos 100% do multiplayer são necessários 4 GBAs, 4 conectores GC-GBA e um GC.
E só o fato de você ter que gastar uma fortuna para poder jogar com alguns amigos já conta pontos negativos pra esse game, visto que o modo single player tem muito pouco a oferecer comparado com outros zeldas, então dê preferência aos jogos da série Mario Party se você não tiver dinheiro para toda a parafernália que o 4 swords adventures exige, já que esses pelo menos não estupram [tanto] o bolso do consumidor.
Okay, já falei demais de zelda por hoje, e eu não terminei minha jornada para descrever a franquia abrangendo todos os seus jogos....AINDA. Semana que vem eu volto com a quarta parte....ou depois da semana que vem.

3 comentários:

  1. WOW!
    Esta retrospectiva não acaba! By the way ótimo post. E quando diabos esse especial Zelda acaba? Não que eu não esteja gostando, mas só pra ter uma programação já feita.

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  2. lol. Vai acabar na próxima parte.

    Mas acho que eu vou fazer um post diferente antes disso.

    A ideia era fazer o mês de fevereiro inteiro com a retrospectiva, mas eu volto do estágio cansado pra cacete e durmo o dia inteiro depois, e isso acabou atrasando um pouco as postagens desse mês e num deu pra botar tudo xD

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  3. huahua
    demais esse texto..

    achei muito bom
    (poser de peter pan -> hauhauhau)

    caara
    fiquei até com vontade de jogar Wind Waker...
    alguém ai me dá um game cube?

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